Novas plataformas, novos riscos: percepções das mulheres brasileiras sobre o uso do OnlyFans e os desafios associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Graton, Isabela Alves lattes
Orientador(a): Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon lattes
Banca de defesa: Tavares, Márcia Santana lattes, Sani, Ana Isabel lattes, Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40444
Resumo: Durante a pandemia do Coronavírus, a venda de conteúdos eróticos na internet se tornou uma fonte de renda para muitas mulheres que foram afetadas negativamente pela crise sanitária, econômica e social que assolou o país. Ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego crescia no Brasil, o site OnlyFans, uma plataforma utilizada para a venda de conteúdos pornográficos, registrava um grande aumento no número de usuários e passava a aparecer com frequência na mídia como uma alternativa de emprego para as mulheres. No entanto, pouco se falava sobre os perigos relacionados ao uso do site e às implicações desse crescimento. A popularização do OnlyFans no Brasil a partir do ano de 2020 traz, portanto, diversos questionamentos acerca da plataformização do trabalho, da exploração sexual dos corpos de mulheres e do fortalecimento da ideologia neoliberal em países latino-americanos. Esses são os assuntos que foram analisados na presente pesquisa, que visa identificar as consequências do uso do OnlyFans na vida das mulheres brasileiras. Utilizou-se a abordagem indutiva e de captação empírica a partir de entrevistas semiestruturadas com nove criadoras de conteúdo que começaram a utilizar a plataforma durante a pandemia. Assim, a metodologia qualitativa foi empregada para realizar as entrevistas e analisar as narrativas dessas mulheres jovens com idades entre 20 e 35 anos. Impressões, conteúdos e categorias foram destacadas e analisadas nos extratos transcritos, sob confidencialidade e sigilo, e concluiu-se que o uso do OnlyFans pode trazer alguns benefícios e ganhos financeiros, mas também apresenta uma série de riscos como o vazamento de fotos e vídeos, o agravo de problemas de saúde mental e o aumento do assédio sexual online, dentre outros. Por falta de instância de segurança e regulação jurídico-institucional, a plataforma se configura como uma distopia dos desejos no ambiente virtual, sob domínio da esfera privada.