As vogais médias pretônicas em Minas Gerais nos dados do ALiB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alves, DDiocles Igor Castro Pires lattes
Orientador(a): Mota, Jacyra Andrade
Banca de defesa: Mota, Jacyr Andrade, Santos, Gredson dos, Ribeiro, Silvana Soares Costa, Cunha, Cláudis de Souza, Pacheco, Vera
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37613
Resumo: Esta pesquisa, de natureza dialetológica, investiga o abaixamento das vogais médias pretônicas em Minas Gerais, a partir dos dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Para investigar as vogais médias pretônicas nos falares de Minas Gerais (Cf. NASCENTES, 1953; Cf. ZÁGARI, 1998), adotamos os modelos teóricos-metodológicos da Dialetologia Pluridimensional (THUN, 1998, 2000; CARDOSO, 2010) e da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]; FERNÁNDEZ, 1998). Nosso objeto de investigação é o uso das vogais médias pretônicas /E/ e /O/ pelos falantes do português brasileiro (PB) de Minas Gerais em contextos em que estamos considerando como de abaixamento da vogal [e] e da vogal [o], como em p[ɛ]cado e c[ɔ]ração. De acordo com a metodologia do ALiB, o corpus se constitui a partir de um tripé metodológico: a) Rede de pontos (250 localidades por todas as regiões brasileiras, incluindo 25 capitais); b) Aplicação de questionários (fonético-fonológico (QFF), semântico-lexical (QSL), morfossintático (QMS), temas para discursos semidirigidos, perguntas de metalinguística e texto para leitura); c) Número de Informantes (1.100 informantes) estratificados quanto ao sexo (homem/mulher), faixa etária (18-30 anos/50-65anos) e o nível de escolaridade (fundamental - em todas as localidades/universitário - somente nas capitais). Para este trabalho consideramos: a rede de pontos do ALiB com 23 localidades distribuídas por Minas Gerais: Januária (127), Janaúba (128), Pedra Azul (129), Unaí (130), Montes Claros (131), Pirapora (132), Teófilo Otoni (133), Diamantina (134), Uberlândia (135), Patos de Minas (136), Campina Verde (137), Belo Horizonte (138), Ipatinga (139), Passos (140), Formiga (141), Ouro Preto (142), Viçosa (143), Lavras (144), São João del-Rei (145), Muriaé (146), Poços de Caldas (147), Juiz de Fora (148), Itajubá (149). Selecionamos os inquéritos dos questionários fonético-fonológico (QFF) e semântico-lexical (QSL). Foram 92 informantes (4 informantes por localidade), controlados por variáveis sociais tais como idade (18 a 30 anos/50 a 65 anos) e sexo (homem/mulher). Os dados das vogais obtidos foram rodados no programa estatístico Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) com a finalidade de analisar a frequência e os pesos relativos das variáveis linguísticas (vogal tônica, contexto consonantal etc) sociais (sexo e faixa etária) e diatópica (localidades) nessa área, que atuam na realização das vogais fechadas ou abertas. Verificamos, a partir dos resultados encontrados em Minas Gerais, uma frequência de 24,3% da vogal média anterior aberta [ɛ], em posição pretônica, e 19,9% para a vogal média posterior aberta [ɔ]. As variáveis consideradas foram: a variável diatópica – localidade; as variáveis linguísticas – contexto vocálico seguinte tônico e átono, contexto consonantal seguinte e precedente, posição da vogal pretônica; as variáveis sociais – faixa etária e sexo; e a variável linguístico-discursiva – questionários. Os resultados mostraram que, na fala dos informantes mineiros, predomina a realização das vogais pretônicas médias altas porém com a presença considerável da variante média baixa, especialmente na área setentrional do estado mineiro. A partir da variável diatópica verificamos a divisão de Minas Gerais em duas áreas dialetais.