Fatores associados à incapacidade por acidente vascular cerebral isquêmico entre dois e três anos do evento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cunha, Brenda Silva lattes
Orientador(a): Mussi, Fernanda Carneiro lattes
Banca de defesa: Mussi, Fernanda Carneiro lattes, Gallani, Maria Cecília Bueno Jayme lattes, Santos, Carlos Antônio de Souza Teles lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40226
Resumo: O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) é uma causa significativa de morte e incapacidade no mundo. A análise dos preditores de incapacidade funcional ainda é incipiente no Brasil e carece de registro a curto e longo prazo para orientar o cuidado e gestão em saúde. Objetivou-se analisar os fatores clínicos e sociodemográficos associados a incapacidade funcional de pessoas com AVCi entre dois e três anos do evento. Estudo de coorte prospectivo, com 241 pessoas com AVCi, seguidas de 90 dias do ictus até dois a três anos do evento. Dos 241 participantes entre dois anos e três anos do ictus, 51 não foram localizados, 35 morreram e 155 foram entrevistados. O desfecho incapacidade foi dicotomizado, com base na pontuação da Rankin em 0 a 2 (assintomáticos a disfunção leve) e 3 a 5 (incapacidade moderada a grave). Para verificar a associação das variáveis sociodemográficas e clínicas com a incapacidade empregou-se o teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. Variáveis até 20% foram para a análise multivariada empregando-se o Modelo de Poisson robusto, o procedimento de backward e o Critério de Informação de Akaike para escolha do modelo final. O teste de McNemar foi usado para comparar o Rankin entre 90 dias e dois a três anos do ictus. Nesta fase a significância estatística foi de 5%. A maioria apresentou Rankin de 0 a 2 (62,6%). Não houve associação significante na comparação do Rankin entre os tempos de seguimento, porém maior percentual da amostra com incapacidade leve, moderada, moderadamente severa e grave evoluíram para um nível de menor disfunção. Maior percentual de assintomáticos e sem incapacidade significativa evoluíram para pior grau de disfunção. Na análise bivariada houve associação até 20% entre grau de incapacidade e sexo feminino, situação empregatícia, National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS), AVC prévio, novo AVC, hipertensão arterial e trombólise. Na análise multivariada, o modelo final mostrou que pessoas com NIHSS de 6 a 13 e ≥14 comparadas as com NIHSS ≤5 apresentaram 2.35 (IC 95%:1.13 – 4.05) vezes e 4,4 vezes mais incapacidade moderada a grave (IC 95%: 2.09 – 6.83). Sem trombólise e que sofreram novo AVC apresentaram 3,02 vezes mais (IC 95%: 1.32 – 3.74) e 3,82 (IC 95%: 1.49 - 3.47) incapacidade moderada a grave. Mostrou-se o impacto do AVCi na vida das pessoas acometidas, pois mais de 1/3 apresentaram incapacidade moderada a grave entre dois a três anos do ictus. As variáveis significantemente associadas a incapacidade moderada a severa foram maior déficit neurológico (NIHSS entre 6 a ≥14), não realização de trombólise e recorrência do AVCi. Na análise comparativa da incapacidade entre os tempos de seguimento não houve significância estatística. O estudo mostra a necessidade de avanços na rede de atenção à saúde assegurando a ampliação da oferta de trombólise, a reabilitação precoce e continuada com equipe multiprofissional e políticas e intervenções efetivas voltadas a prevenção e controle dos fatores de risco para o AVCi e apresentação precoce das vítimas a um serviço de saúde para minimizar as repercussões negativas na vida dessas pessoas.