Análise da microfauna de Foraminíferos e zoneamento Bioestratigráfico do Sopé e Talude Continental do Norte do Estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ribeiro Neto, Adelino da Silva
Orientador(a): Araújo, Tania Maria Fonseca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21500
Resumo: O Período Quaternário é marcado por profundas mudanças climáticas, iniciado por contínuas fases de resfriamentos seguidas do recuo das geleiras pleistocênicas e do aquecimento global. Para investigar a influência desses episódios na historia evolutiva da margem continental do norte do Estado da Bahia foi analisada a microfauna de foraminíferos presentes em 35 amostras, selecionadas em três testemunhos, coletados paralelos à foz do rio Imbassay. Foram triados 9.822 espécimes e identificadas 164 espécies, distribuídas em 25 superfamílias, sete subordens e 67 gêneros, sendo 57 bentônicos e 10 planctônicos. As espécies planctônicas que apresentam os maiores índices de frequência relativa e de ocorrência foram as pertencentes aos gêneros Globigerinoides e Globorotalia e a espécie Globigerina bulloides. Foram encontrados altos índices de riqueza, diversidade, equitatividade e predominância dos foraminíferos planctônicos nos testemunhos estudados, contudo o testemunho situado no sopé apresentou baixa diversidade. As análises granulométricas evidenciaram que a fração argila é superior à fração areia em 97% das amostras. Com base na distribuição dos foraminíferos bentônicos e planctônicos foi realizada a interpretação biocronoestratigráfica e foram estabelecidas sete subzonas: Y5, Y4, Y2, Y1A, Y1B do Pleistoceno e Z1, Z2 do Holoceno. A Subzona Y3 não ocorre em nenhum dos três testemunhos, sugerindo um hiato deposicional, visto que não foram observadas estruturas discordantes. Através dos limites bioestratigráficos foi possível inferir as baixas taxas de sedimentação dos três testemunhos. As análises da razão B/P indicaram tendências transgressivas e regressivas em todos os testemunhos situados no talude continental. Entretanto, no testemunho do sopé não foi observada remobilização do sedimento, nem variação nas paleocorrentes. Através da definição de assembleias planctônicas e bentônicas foi possível interpretar eventos paleoclimáticos e paleobatimétricos que ocorreram, durante o Quaternário nesta parte da margem continental brasileira. Dessa forma, sugere-se que, para o litoral norte do Estado da Bahia, além das espécies planctônicas bioindicadoras as espécies bentônicas do gênero Cibicidoides, e as espécies, Bolivina alata, Bolivina albatrossi, Sphaeroidina bulloides e Bolivinita quadrilatera sejam indicadoras principalmente, de águas frias, enquanto que a espécie Bolivina lowmani seja indicadora de águas quentes. A presença das espécies B. alata e B. albatrossi indica a diminuição relativa do nível do mar, enquanto que a presença da espécie B. lowmani indica o aumento do nível relativo do mar, que estão relacionados aos eventos climáticos globais durante o Quaternário