Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Helisângela Acris Borges de |
Orientador(a): |
Machado, Altair de Jesus |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23636
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Resumo: |
Eventos climáticos e oceanográficos ocorridos no planeta deixam registros no ambiente, a partir dos quais é possível realizar reconstruções paleoambientais. Assim, o estudo de perfis sedimentares fornece informações sobre as condições físico-químicas e geológicas atuantes no passado. Neste sentido, a presente pesquisa analisou seis testemunhos de sedimento coletados no sul da Bahia, dois no estuário do Rio Caravelas e quatro na plataforma continental interna em pontos próximos aos recifes de Abrolhos, com o objetivo de reconhecer a distribuição temporal das espécies de foraminíferos presentes na região e associar as alterações observadas com possíveis mudanças paleoceanográficas e paleoclimáticas que tenham atingido a área de estudo, nos últimos anos. Para tanto, as amostras de sedimento dos testemunhos foram analisadas com base em parâmetros químicos, sedimentológicos e microfaunísticos. Os resultados da atividade do Pb210 ao longo de quatro testemunhos revelaram as seguintes taxas de sedimentação: 6,68 ± 0,46 mm/a-1 (testemunho TCV2A); 3,98 ± 0,32 mm/a-1 (testemunho TLE2); 1,86 ± 0,12 mm/a-1 (testemunho TTI) e 5,71 ± 0,33 mm/a-1 (testemunho TLX1). Estas diferentes taxas de sedimentação mostram a heterogeneidade entre as regiões onde os testemunhos foram coletados, sobretudo com relação à distância da linha de costa, a morfologia dos recifes e o nível de exposição às correntes e ventos. A avaliação da microfauna de foraminíferos foi realizada em 29 e 25 amostras provenientes dos testemunhos estuarinos TCV1A e TCV2A, respectivamente, e 24, 22, 24 e 23 amostras procedentes dos testemunhos marinhos TLE2, TTI, TLX1 e TAB1, respectivamente. Para esta análise foram isolados 33.300 espécimes e identificados 199 taxa, sendo 194 bentônicos e cinco planctônicos. A análise da composição faunística das amostras dos testemunhos estuarinos revelou, da base para o topo, períodos de menor, maior e menor influência marinha sobre o continente, durante a deposição do testemunho TCV1A, e condições restritas de influência de águas salinas durante a deposição dos sedimentos do testemunho TCV2A. Considerando os testemunhos marinhos, foi registrada baixa representatividade quantitativa e qualitativa de formas planctônicas, explicada em função da localização dos testemunhos, essencialmente em trechos da plataforma interna. Entretanto, as curvas de distribuição desses foraminíferos planctônicos, ao longo dos testemunhos, revelaram tendência de acréscimo na representatividade das espécies Globigerinoides ruber e Globigerinoides sacculifer, especialmente no testemunho TLE2, e do táxon Globorotalia manardii ao longo do testemunho TAB1. Isto indica um crescente aumento na influência de águas oceânicas quentes sobre a plataforma, intercalado por períodos de maior influência de águas mais frias e ricas em nutrientes, associados a reduções nos percentuais dessas espécies e aumento na contribuição da espécie Globigerinoides bulloides. A correlação entre esses dados e a análise das curvas isotópicas de oxigênio evidenciou oscilações climáticas de baixa magnitude. Os dados isotópicos de carbono (δ13C) exibiram curvas que apresentaram tendência de queda nos valores da base em direção ao topo dos testemunhos coletados nas circunvizinhanças dos recifes do arco interno (TLE2, TTI e TLX1) e aumento nas amostras do testemunho do Recife do Parcel dos Abrolhos (TAB1), no arco externo de recifes, o qual está localizado a cerca de 70 km distante da linha de costa. Essas diferenças indicam variação na produtividade primária durante a deposição dos sedimentos dos testemunhos dos arcos recifais interno e externo, provavelmente durante a ocorrência de diferentes massas d’água. A análise dos parâmetros microfaunísticos revela que o sedimento testemunhado próximo às construções recifais do arco interno de Abrolhos apresentam baixo percentual de espécies principais, essencialmente representadas por formas reconhecidas pela fragilidade de suas testas, a exemplo de Bolivina sp., Fursenkoina sp., e Uvigerina peregrina. Isto sugere que a preservação de formas principais tenha sido favorecida pelo hábito infaunal de parte dos seus representantes. As análises de coloração e desgaste das testas dos foraminíferos revelaram aumento na representatividade de testas brancas em direção ao topo dos testemunhos, assim como aumento no percentual de testas desgastadas, sobretudo por abrasão e quebramento. Tal observação sugere ampliação da energia hidrodinâmica, a ponto de promover elevação na taxa de testas quebradas e a mobilização de possíveis testas escuras que, expostas à superfície, ficaram sujeitas à oxidação, elevando a representatividade de testas brancas no sedimento. |