A ideia de Deus em Levinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Calazans, Ana Guiomar Teixeira lattes
Orientador(a): Gomes, Wilson Silva lattes
Banca de defesa: Gomes, Wilson da Silva lattes, Santos, Luciano Costa, Moura, Mauro Castelo Branco, Kuiava, Evaldo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37567
Resumo: A dissertação tem como objeto a análise da “idéia de Deus” conforme articulada pelo filósofo Emmanuel Levinas. A questão é abordada a partir de seu problema fundador, que pode ser exposto na pergunta sobre a possibilidade de se pensar, no lastro da “razão” e, portanto, da filosofia, um conceito que não pode ser tematizado, tornando-se necessária a sua abordagem em um território “além do saber”. Levinas inicia sua fundamentação com uma crítica à filosofia como o império da ontologia, que submete todo objeto ao domínio do cogito. Ele contrapõe esse modus do pensamento à “Metafísica”, ou Ética, que aborda o ser sem tematizá-lo.O autor parte da relação entre o “Mesmo” (a ipseidade suficiente, o “Eu”) e o “Outro” (a alteridade), que expressa no “Rosto” a potência de uma nova inteligibilidade que se anuncia como Ética e é exercitada como “linguagem”. O modelo formal e a inspiração de sua idéia do Infinito, ou de Deus, advém da herança platônica e plotiniana do Deus “para além do ser”, da filosofia de Franz Rosenzweig e do modelo cartesiano da relação entre a res cogitans e o Infinito de Deus, esboçado na Terceira Meditação: uma idéia que contém mais do que pode pensar e que é definida pela assimetria. Mais do que uma “inspiração” platônica ou cartesiana, no entanto, o texto sustenta que a formulação levinasiana do Infinito deve ser creditada também à sua herança judaica e defende a relação entre seus textos talmúdicos (ditos “religiosos”) e sua escrita filosófica. O texto vai desenvolver ainda a articulação de conceitos diretamente vinculados à sua idéia de Deus como o “ateísmo”, o “profetismo”, o “vestígio”, e o “A-Deus” (ordem que impele o homem a dizer “Eis-me aqui”, a servir e ser responsável por Outrem). Levinas propõe uma “fé sem mitos”, herdeira a um só tempo da Grécia e de Jerusalém, que advêm da quebra da imanência que é totalidade (englobamento), seja do conhecimento objetivante (de matiz ontológico ou teológico), seja da aniquilação promovida pela entrega fiduciária ou pela imanência extática das religiões. É partindo da “Ética” que Levinas enxerga a possibilidade de uma relação com o divino que se opera entre os homens e que assume sua genealogia na relação social.