Denominações para partes do corpo humano na Bahia a partir dos dados do APFB e do Projeto ALiB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: RODRIGUES, GRACY KELLY DE SANTANA lattes
Orientador(a): RIBEIRO, SILVANA SOARES COSTA
Banca de defesa: RIBEIRO, SILVANA SOARES COSTA, MOTA, JACYRA ANDRADE, REIS, REGIANE COELHO PEREIRA
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37586
Resumo: Esta dissertação analisa a diversidade linguística existente no estado da Bahia em dois tempos distintos, década de 60 e anos 2000. Tem por objetivo acrescentar conhecimentos aos estudos diacrônicos geolinguísticos. Para tanto, investiga as designações fornecidas pelos informantes do Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB) (ROSSI, 1963) – primeiro atlas estadual brasileiro publicado – e do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB) – maior projeto brasileiro atuante na área da Dialetologia – para três partes do corpo humano: nuca, clavícula e tornozelo. Orienta-se, portanto, pelos pressupostos teóricos e metodológicos da Dialetologia e da Geolinguística. Exibe os dados obtidos nas 22 localidades que fazem parte da rede de pontos do Projeto ALiB na Bahia por meio da aplicação das perguntas 104. Nuca, 106. Clavícula e 118. Tornozelo que constam do Questionário Semântico-Lexical do Projeto. Da mesma forma, apresenta a variação lexical presente nas 50 localidades do APFB (ROSSI, 1963) no estado da Bahia, a partir da análise das Cartas 56, 57 e 63 do atlas. As respostas foram fornecidas entre os anos 1960 e 1961, no caso do APFB (ROSSI, 1963), e entre 2003 e 2010, no que se refere ao Projeto ALiB. Os dados são expostos a partir de gráficos, quadros, tabelas e mapas. Comparam-se as lexias encontradas nos nove pontos de inquérito em comum entre os corpora mediante representação cartográfica. Apresenta também resultado de pesquisa feita nos dicionários Aulete Digital (AULETE; VALENTE, 2006), Dicionário da Língua Portuguesa (SILVA, Antonio,1789) e Compacto Dicionário Ilustrado de Saúde (SILVA; SILVA; VIANA, 2007), considerando as formas linguísticas reveladas pelos corpora. A pesquisa indica que o Aulete Digital é o dicionário que registra maior número de lexias dentre as estudadas. Os resultados das análises evidenciam a variação diatópica, tendo em vista a ampla quantidade de itens lexicais identificados, assim como uma diferenciação entre os dados do APFB (ROSSI, 1963) e do Projeto ALiB. Há formas que aparecem apenas no APFB (ROSSI, 1963), a exemplo de cabelouro e toutiço para a região da nuca; sangrador para a clavícula e rejeito para o tornozelo. Observam-se que as formas de prestígio nuca, clavícula e tornozelo são mais produtivas quando contemplados os dados do Projeto, apesar de estarem presentes nas Cartas do APFB (ROSSI, 1963). A criatividade do falante é destacada pelo uso de metáfora e metonímia na nomeação de partes do corpo, sobretudo ao empregar designações reservadas à anatomia dos animais para nomear uma região do corpo do ser humano.