Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Aline dos Santos
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Orientador(a): |
Silva, Rita de Cássia Ribeiro
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Banca de defesa: |
Silva, Rita de Cássia Ribeiro
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Leal, Maria do Carmo
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Velasquez-Melendez, Jorge Gustavo
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Paixão, Enny Santos da
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Barreto, Maurício Lima
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde (PGNUT)
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Departamento: |
Escola de Nutrição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38274
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Resumo: |
Introdução: As consequências adversas do nascimento prematuro (NP) e termo precoce podem ser observadas em curto e em longo prazo. O NP é uma síndrome complexa, resultante de fatores sociodemográficos, psicossociais, nutricionais, comportamentais e biológicos. Um NP anterior é considerado o preditor mais importante para um NP subsequente. Estudos vêm apontando também que os fatores associados ao nascimento termo precoce são semelhantes ao do NP. Além disso, tem-se observado que a cesariana (CS) configura risco aumentado para o nascimento termo precoce. Embora vários estudos tenham examinado os fatores de risco associados ao NP recorrente, são escassos os estudos que avaliam, ao mesmo tempo, os fatores associados ao NP incidente e ao recorrente. Estudos que avaliam a associação entre CS e nascimento termo precoce também são limitados, sobretudo em países de baixa e de média renda. Objetivo geral: Avaliar os fatores associados ao NP incidente, recorrente e termo precoce entre os nascidos vivos do Brasil. Objetivos específicos: 1) Desenvolver um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP; 2) Investigar a recorrência do nascimento prematuro na coorte de nascimento do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para a Saúde (CIDACS); 3) Explorar se os fatores de risco para o nascimento prematuro são diferentes de acordo com a idade gestacional do nascimento anterior (termo ou pré-termo); 4) Investigar a associação entre CS e nascimento termo precoce de acordo com a Classificação de Robson. Métodos: A Tese apresenta-se na forma de 4 artigos de acordo com cada objetivo específico. No primeiro artigo, foi proposto um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP que descreve as inter-relações entre as variáveis que compõem cada nível de sua determinação (distal, intermediário e proximal). O segundo e o terceiro artigos foram desenvolvidos com dados da Coorte de nascimentos do CIDACS, com base no modelo teórico desenvolvido no primeiro artigo. Essa coorte foi criada ligando dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos do Brasil (SINASC) e a linha de base da Coorte 100 Milhões de Brasileiros no período de 1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2015. No artigo 2, o NP foi definido como um nascimento com menos de 37 semanas de gestação. Regressão logística multivariada foi utilizada para estimar a associação entre o NP na primeira gestação e o NP subsequente. No artigo 3, o NP incidente foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação e precedido de um nascimento a termo anterior. Já o NP recorrente, foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação, precedido de um NP anterior. Utilizou-se modelo de transição longitudinal com regressão logística para investigar se os fatores de risco variaram entre NP incidente e recorrente. Para o desenvolvimento do último artigo, foi conduzido um estudo transversal de base populacional com os dados de rotina do SINASC, no período de 2012 a 2019. Mulheres em idade reprodutiva foram classificadas em um dos dez grupos de Robson com base nas características da gravidez e do parto. Foram utilizados scores de propensão para parear as mulheres que tiveram cesarianas com partos vaginais (1: 1) e regressão logística para avaliar associação entre cesariana e termo precoce. Resultados: No segundo artigo, foram avaliados 3,528,050 nascidos vivos. O odds ratio ajustado para a recorrência de NP foi de 2,58 (Intervalo de confiança de 95% [IC] 95% 2,33- 2,62). A idade gestacional mais jovem no primeiro nascimento aumentou as chances de um NP subsequente (OR ajustada [aOR] <28 semanas 3,61; IC 95% 3,41-3,83; aOR 28 a 31 semanas 3,34; IC 95% 3,19-3,49; e aOR 32 a 36 semanas 2,42; IC 95% 2,38-2,47). Nascidos vivos de mulheres que tiveram dois NPs anteriores foram mais propensos à recorrência do NP (aOR 4,98; IC 95% 4,70-5,27). A recorrência de NP foi mais provável quando o intervalo entre os nascimentos foi inferior a 12 meses. No artigo 2, diferentes fatores de risco para o NP incidente e para o recorrente foram identificados. Foram associados a maior chance de NP incidente, mas não recorrente: superlotação domiciliar (aOR 1,09; IC 95% 1,07-1,10); raça/etnia materna (preta/parda - aOR 1,04; IC 95% 1,03-1,06; e indígena - aOR 1,34; IC 95% 1,24-1,44); idade materna jovem (14-19 anos - aOR 1,16; IC 95% 1,14-1,18) e parto cesáreo (aOR 1,09; IC 95% 1,08-1,11). Foram associados ao NP incidente e ao recorrente, respectivamente, estado civil solteiro (aOR 0,85; IC 95% 0,84-0,86 vs aOR 0,90; IC 95% 0,87-0,93); número reduzido de consultas de pré-natal [(sem consulta - aOR 2,56; IC 95% 2,47-2,66 vs aOR 2,16; IC 95% 1,98-2,36) e (1 a 3 consultas - aOR 2,44; IC 95% 2,40-2,49 vs aOR 2,24; IC 95% 2,14-2,33)]; intervalo curto entre nascimentos [(12 a 23 meses - aOR 1,04; IC 95% 1,02-1,06 vs aOR 1,22; IC 95% 1,17-1,26) e (<12 meses - aOR 1,89; IC 95% 1,80-1,98 vs aOR 2,58; IC 95% 2,38- 2,79)] e idade materna avançada (35-49 anos - aOR 1,42; IC 95% 1,38-1,47 vs aOR 1,45; IC 95% 1,33-1,58). Para a maioria dos fatores de risco, as estimativas pontuais foram maiores para NP incidente do que para NP recorrente. No quarto artigo, foram avaliados 17,081,685 nascidos vivos. Os nascidos por CS tiveram maiores chances de nascimento termo precoce (aOR 1,32; IC 95% 1,32-1,32) em comparação com partos vaginais. As chances de um nascimento termo precoce variam entre os nascidos vivos de mulheres nos diferentes grupos de Robson. Os nascidos vivos por CS de mulheres em grupos com baixa necessidade clínica e taxa esperada de CS apresentaram as maiores chances de serem termo precoce, em comparação com partos vaginais: grupo 2 (aOR 1,50; IC 95% 1,49-1,51); e grupo 4 (aOR 1,57; IC 95% 1,56- 1,58). Maiores chances de um nascimento termo precoce também foram observadas entre os nascidos vivos de mulheres do grupo 3 (aOR 1,30; IC 95% 1,29-1,31). Além disso, nascidos vivos de mulheres com CS em gestação anterior (Grupo 5 - aOR 1,36; IC 95% 1,35-1,37), com gestação pélvica única [(Grupo 6 - aOR 1,16; IC 95% 1,11-1,21) e (Grupo 7 - aOR 1,19; IC 95% 1,16-1,23)], e com gestações múltiplas (Grupo 8 -aOR 1,46; IC 95% 1,40-1,52) tiveram altas chances de nascimento termo precoce. Conclusão: Esses artigos apresentam informações importantes a respeito dos fatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no Brasil. Os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e de implementação de políticas públicas que visem à redução do NP em uma gestação subsequente e à redução do número excessivo de cesáreas clinicamente desnecessárias que permitirão a redução do número de nascimentos termo precoce. |