Enfrentamento religioso-espiritual de mães de bebês em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Foch, Gisele Fernandes de Lima
Orientador(a): Enumo, Sônia Regina Fiorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15967
Resumo: O enfrentamento (coping) é definido como a forma com que as pessoas regulam seu comportamento, emoção e orientação sob estresse. Este processo ocorre quando há ameaça ou desafio a três necessidades psicológicas básicas: Relacionamento, Autonomia e Competência, pela Motivational Theory of Coping [MTC]. A internação em Unidade Terapia Intensiva Neonatal [UTIN] é um estressor que afeta a vida da família, podendo ameaçar ou desafiar essas necessidades psicológicas. Nesse contexto, é comum o uso do enfrentamento religioso-espiritual. Esta pesquisa analisou o processo de enfrentamento, destacando o enfrentamento religioso-espiritual, de 20 mães de bebês em UTIN. Foram analisadas variáveis neonatais pela Ficha do Bebê. As mães responderam estes instrumentos: a) Questionário para registro de dados gerais; b) Critério de Classificação Econômica Brasil; c) Protocolo de Entrevista de Enfrentamento da Hospitalização do bebê, com 22 questões, com uma adaptação da Motivational Theory of Coping Scale-12 [MTC-12], avaliando 12 famílias de enfrentamento, sendo seis adaptativas (Autoconfiança, Busca de suporte, Resolução de problemas, Busca de informações, Acomodação, Negociação) e seis mal adaptativas (Delegação, Isolamento, Desamparo, Fuga, Submissão, Oposição); e d) uma adaptação da Escala RCOPE (Escala de Coping Religioso-Espiritual - CRE), com 87 itens, classificando as estratégias de enfrentamento em CREP (positivo - 8 fatores, 66 itens) e CREN (negativo - 4 fatores, 21 itens). Foi feita uma correspondência entre os itens da Escala CRE e a MTC-12 e as funções da Escala CRE, avaliada por 4 juízes, com concordância média acima de 70%. Foram feitas análises descritivas e correlacionais entre os dados das escalas entre si, e com as variáveis maternas e do bebê. As mães tinham entre 17-35 anos, a maioria era católica, de uma classe socioeconômica mais desfavorecida, com Ensino Médio incompleto e 3 filhos. A internação na UTIN variou de 1-181 dias (M = 10,5), com predominância de nascimentos a termo (N = 9), por cesariana, de baixo risco gestacional. O apoio social recebido e percebido pela maioria das mães vinha principalmente dos familiares, pelo auxílio nas tarefas domésticas. O acesso ao apoio profissional psicológico mostrou-se limitado. O principal estressor era a preocupação com a saúde do bebê. Neste contexto, a Submissão e o Desamparo foram frequentes, mas também ocorrem a Busca de Informação, a Acomodação e a Resolução de Problemas, esta correlacionada ao aumento do CREP. Houve um nível médio de uso do enfrentamento religioso-espiritual, também com predomínio de CREN sobre CREP. O coping transformacional foi identificado em todas as mães, e um aumento da fé, especialmente da crença sobre o apoio de Deus. Houve várias correlações, destacando-se as expectativas positivas em relação ao filho e EE adaptativas (Autoconfiança); o maior nível socioeconômico e CREP, e entre baixa escolaridade e CREN. Metodologicamente, este estudo contribuiu para a compreensão do enfrentamento da internação do filho em UTIN, apresentando as relações entre as EE da MTC-12 e as funções do enfrentamento religiosoespiritual do CRE, para análise desse conceito. Essa análise auxiliou a compreensão das condições que favorecem o enfrentamento adaptativo dessas mães, o qual pode promover resultados positivos na saúde e desenvolvimento dos bebês.