DIÁSPORA, FABULAÇÃO E FORJA EM COREOGRAFIAS DO PENSAMENTO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: RODRIGUEZ, MARIA DOLORES SOSIN lattes
Orientador(a): SOUZA, ARIVALDO SACRAMENTO DE
Banca de defesa: SOUZA, ARIVALDO SACRAMENTO DE, COSTA, SUZANE LIMA, DUARTE, ROSINES DE JESUS, RATTS, ALECSANDRO JOSE PRUDENCIO, OLIVEIRA, SILVIO ROBERTO DOS SANTOS
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37541
Resumo: A memória e o movimento, aqui transcritos enquanto relatos pessoais e coreografias, atuam como metodologias para refletir sobre o papel do corpo na produção do conhecimento em sentido amplo: teórico-artístico-científico. A partir de três ensaios coreográficos e um primeiro movimento, experiências de racialização são analisadas levando-se em consideração as relações entre dança, palavra e literatura, assim como as relações com outras artes. As dimensões da socialização racial, levando-se em consideração variados espaços de trânsito, mais notadamente os espaços da família, da universidade e da arte, são pensadas no sentido de buscar interpretações para o trauma, para a outridade e para o que é chamado de produção de conhecimento incorporado. Para a realização de tal empreendimento, as discussões desenvolvidas contam com o pensamento de Saidiya Hartman e o seu método de fabulação crítica (2021); Mahomed Bamba e a fabulação como elemento imprescindível para as populações da diáspora africana (2012); Grada Kilomba e o seu método de pesquisa fundamentado em sujeitos, em relatos pessoais e no teor episódico do racismo (2019); a dimensão da experiência para intelectuais negras em contextos diversos ao redor do mundo, mais notadamente as brasileiras Lélia Gonzalez (1984), Beatriz Nascimento (2018) e Sueli Carneiro (2011); a importância das danças negras a partir de Inaicyra Falcão dos Santos (2021) e Nádir Nóbrega (2017); as reflexões sobre os sentidos do pensamento coreográfico e as políticas do movimento de André Lepecki (2017); as relações entre corpo e memória de Esiaba Irobi (2002), Leda Maria Martins (1997) e Conceição Evaristo (2003). Além disso, esta tese conta com as reflexões de Edimilson de Almeida Pereira e o que ele definiu como a epistemologia afrodiaspórica (2017) e a construção de uma residência simbólica e epistemológica de Lewis Gordon (2016); na dimensão do trauma, as interpretações possíveis advindas das obras de Rosana Paulino (1994-2015), Leno Sacramento (2017) e Zózimo Bulbul (1974). Levando em consideração as formas de socialização racial e as dimensões da atribuição de uma outridade, proponho leituras para as relações entre raça, Estado e família, contando, sobretudo, com as contribuições de Elizabeth Hordge-Freeman (2019), Lia Vainer Schuman (2018), Grada Kilomba (2019), Sueli Carneiro (2015) e Stuart Hall (2016). Mais estritamente sobre a dimensão do corpo e da experiência na construção do conhecimento – sobretudo, no que tange a realizada por mulheres negras, discutindo, de modo mais próximo, o que chamo de conhecimento incorporado e pensamento coreográfico, contei com as autoras Livia Natália (2015), Maya Angelou (2018), Beatriz Nascimento (2019) e Lubi Prates (2019). Também foram de grande importância as contribuições de Luiza Bairros (1995), Lélia Gonzalez (1984), Sueli Carneiro (2011) e Denise Ferreira da Silva (2017). Pensando as relações das mulheres negras com a institucionalidade e com a produção de epistemologias próprias, foram fundamentais as presenças de Sônia Beatriz dos Santos (2007), Grada Kilomba (2019), Giovana Xavier (2019), bell hoooks (2019) e Maria de Lourdes Siqueira (2006). Já sobre a dimensão do corpo e da experiência, foram de importância inestimável as obras de Beatriz Nascimento (2018), Igiaba Scego (2018), Renata Felinto (2014) e Alex Ratts (2008). Analisando e elaborando mais detidamente o pensamento coreográfico, contribuíram Luciane Ramos Silva (2017), Nádir Nóbrega (2017) e Conceição Evaristo (2005). Concluímos levando em consideração a dimensão da incompletude, do silêncio e do lapso no tocante ao que elaboramos, exatamente por considerarmos essa a grande questão subjacente ao pensamento da afrodiáspora e de sua geografia da memória.