“Eu vim de lá pequenininho, alguém me avisou pra pisar neste chão devagarinho”: diálogos diaspóricos entre Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves e Beloved, de Toni Morrison

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pimentel, Clara Alencar Villaça lattes
Orientador(a): Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues lattes
Banca de defesa: Carrizo, Silvina Liliana lattes, Gomes, Heloisa Toller lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2133
Resumo: Esta dissertação pretender ler comparativamente os romances Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves e Beloved, de Toni Morrison. Através de Kehinde e Sethe, suas personagens principais, observamos aspectos como: constituição familiar escrava, corpo e sexualidade, memórias e heranças. Analisamos as condições para o exercício da maternidade no contexto escravocrata (de quais diferentes maneiras as personagens foram impedidas de exercê-lo), bem como as conseqüências do amor materno num cenário em que o crime era o ato que humanizava o escravo. Entendemos que as obras resgatam a narrativa não européia da colonização das Américas, dando espaço para vozes que ecoaram nos porões do Navio Negreiro e que hoje, fazem ouvir a “ressonância, o eco da vida-liberdade” (EVARISTO, 2008, p. 10-11). Assim, discutimos sobre a ficcionalidade e veracidade dos fatos tratados em ambos os romances. Na Introdução delimitamos as temáticas e a maneira como os romances serão abordados. No primeiro capítulo observamos os aspectos teóricos que embasam este trabalho, como: a questão da autoria, a Diáspora Negra, o Feminismo (Negro) e o Feminismo Transnacional. Dedicamo-nos ao romance Um Defeito de Cor no segundo capítulo, atentando para os seguintes aspectos: Luiz Gama, o Prólogo, o Romance, Corpo e Sexualidade, a Família Escrava e Heranças e Memória. Beloved será trabalhado no terceiro capítulo, analisando: Margaret Garner, o Prólogo, o Romance, Corpo e Sexualidade, Família Escrava e Heranças e Memórias. O quarto capítulo, conclusivo, dedica-se a aproximar semelhanças e destacar diferenças, especialmente no que diz respeito a: Constituição Familiar/Maternidade; Infanticídio; a Travessia; Memórias. Ana Maria Gonçalves e Toni Morrison, assim, cumprem o papel do contador de histórias, que mantém viva a tradição narrativa através do resgate e possibilitando a resolução de conflitos étnicos e de gênero.