Causas de morte e razões de eutanásia em 1.355 cães: estudo retrospectivo (2005-2017)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Júlia Líger de lattes
Orientador(a): Peixoto, Tiago da Cunha
Banca de defesa: Peixoto, Tiago da Cunha, Leal, Paula Velozo, Oriá, Arianne Pontes, Carvalho, Vivian de Assunção Nogueira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT)
Departamento: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40810
Resumo: Objetivou-se com esse estudo determinar a frequência das enfermidades que culminaram em óbito ou justificaram a eutanásia dos cães necropsiados no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal da Bahia (2005-2017), bem como a frequência de zoonoses e idade de óbito (IO). Foram analisados 1.355 protocolos de necropsias de cães e obtidas informações epidemiológicas e o diagnóstico anatomopatológico. A causa da morte pôde ser determinada em 86,79% dos casos e em 13,21%, o diagnóstico foi inconclusivo. As doenças diagnosticadas foram agrupadas em 10 categorias, sendo observada a seguinte frequência: doenças infecciosas parasitárias (24,13%), neoplasias (22,58%), doenças degenerativas (10,85%), distúrbios causados por agentes físicos (8,93%), intoxicações e toxiinfecções (6,49%), outros distúrbios (5,17%), doenças metabólicas e endócrinas(4,06%), distúrbios iatrogênicos (2,88%), distúrbios do desenvolvimento (1,48%) e doenças imunomediadas (0,22%). Doenças infecciosas e parasitárias foram as principais causas de morte nos filhotes (44,62%) e adultos (26,52%). Por outro lado, entre os idosos, a maior parte das mortes foi relacionada a neoplasias (42,37%). Cinomose (10,46%), doença renal crônica (DRC) (7,7%), politraumatismo por atropelamento (5,98%), piometra (5,29%), intoxicação por carbamato (5,06%), leishmaniose visceral canina (4,83%), leptospirose (4,71%) e parvovirose (4,60%) destacaram-se entre as afecções mais prevalentes. Verificou-se elevada frequência de zoonoses (6,12%) e alto índice de óbitos causados por doenças que poderiam ser prevenidas (15,06%) por vacinação (cinomose e parvovirose). Dos animais avaliados, 49,96% morreram, enquanto 48,04% foram submetidos à eutanásia, cuja principal motivação foram os neoplasmas (30,41%). A IO na população estudada foi de oito anos, sendo que fêmeas e animais de médio porte apresentaram IO significativamente maiores. Dentre as raças, o Cocker spaniel apresentou maior IO (12 anos). Não foi observada diferença significativa de IO no decorrer dos 13 anos avaliados. Dados epidemiológicos dessa natureza, em uma amostra abrangente da população de cães, eram desconhecidos na Bahia. Os resultados obtidos neste estudo, em especial o conhecimento das principais doenças responsáveis pela morte de cães, podem auxiliar no estabelecimento de diagnósticos diferenciais, adoção de medidas profiláticas, orientação dos tutores e capacitação dos médicos veterinários de Salvador e municípios do interior da Bahia.