Memória e transformação como condição de existência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sevegnani, Claudinei
Orientador(a): Castro, Fátima Campos Daltro de
Banca de defesa: Bastos, Maria Helena Franco de Araújo, Machado, Adriana Bittencourt
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: PPGDANCA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/17686
Resumo: Por se tratar de um sistema evolutivo, a dança é geradora de memórias, constituindo autonomia. As memórias, numa abordagem das neurociências cognitivas, possuem plasticidade e se transformam ao longo do tempo. A questão que se apresenta neste trabalho é de se pensar dança e memória como transformação, memória e transformação como condição de existência. Os eixos da pesquisa estão embasados nos processos sistêmico-evolutivos e auto-organização, nos processos de corpo e neurociências cognitivas e nas discussões da memória. As memórias estão na dança para além dos seus sujeitos particularizados, gerindo uma memória em dança que se atualiza e que possibilita sua continuidade, em que a transformação é sua condição de existência. As memórias se configuram como atualizações e refazimentos em dança, constituindo espaços de pesquisa para compreender que a dança de hoje não é resultado de um progresso – no sentido de melhoria, portanto, carregado de aspectos de valoração –, mas sim no sentido de evolução, constituído por processos que acontecem ao longo do tempo e que permitem transformações. A dança, numa perspectiva de processo evolutivo, encontra na memória sua continuidade. As memórias possuem plasticidades. A plasticidade refere-se aos processos fisiológicos que explicitam a capacidade das células nervosas de mudar suas respostas a determinados estímulos. A evocação é um dos momentos onde a plasticidade é explicitada. O cérebro cria registros de memória e redimensiona seu conteúdo numa atualização. Esse processo é conhecido como evocação. Cada vez que uma memória é evocada, ela se redimensiona para poder atender às necessidades do momento. Numa compreensão isomórfica, o sistema corpo e o sistema dança possuem similaridades. Isomorfia corresponde a esta similaridade de funcionamento existente entre sistemas diferentes. O sistema dança, assim, é constituído e possui um modo de funcionar e de se organizar similar ao sistema corpo. Dessa maneira, memória em dança pressupõe atualização de informações. A dança, constituída de memórias, deixa de ser arcabouço de repetições que tenta imprimir um aspecto de fidedignidade ao passado e passa a ser um espaço de atualizações de informações, gerindo uma memória em dança que não pode mais ser compreendida enquanto simples resgate de um passado. Os processos estão ocorrendo e o que despontam são inconclusões. É o que temos pra hoje.