Agência Nacional de Saúde Suplementar. estudo do caso da incorporação de tecnologias de saúde entre 2007 e 2016: uma análise desenvolvida pelo modelo de coalizão de defesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Amorim, Alana Mendonça lattes
Orientador(a): Fernandes, Antônio Sérgio Araújo lattes
Banca de defesa: Fernandes, Antônio Sérgio Araújo lattes, Oliveira, Michelle Vieira Fernandez de lattes, Mello, Ricardo Coutinho lattes, Araújo , Suely Mara Vaz Guimarães de lattes, Mendes, Vera Lúcia Peixoto Santos lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38393
Resumo: A garantia de uma cobertura assistencial adequada e de qualidade aos usuários dos planos de saúde é uma atribuição legal da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. Dentre as responsabilidades da agência reguladora, que contribuem para essa tarefa, está a elaboração e atualização de um rol de procedimentos de cobertura mínima obrigatória, por parte das operadoras de planos de saúde atuantes no Brasil. É por meio da modificação periódica do rol da ANS que ocorre a incorporação ou exclusão de tecnologias no setor de saúde suplementar. Esse assunto mobiliza diretamente o interesse de vários atores deste segmento, tal como profissionais, operadoras de planos de saúde e seus usuários, órgãos de defesa do consumidor e indústria de materiais e medicamentos hospitalares. Com o objetivo de compreender como evoluiu a política de incorporação de tecnologias na saúde suplementar, a partir da atualização do rol de procedimentos e eventos de saúde na ANS, no período de 2007 a 2016, a presente tese de doutorado utilizou como referencial teórico o Modelo de Coalizão de Defesa, de Paul Sabatier e Jenkins-Smith, e se propôs a identificar, descrever e analisar os principais atores, as crenças do núcleo político, as coalizões, os aprendizados e as mudanças ocorridas no subsistema político em foco. Para empreender esta tarefa, foi realizada uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, a partir da análise documental dos registros disponíveis no sítio eletrônico da ANS, tal como atas de reunião, documentos de apresentações realizadas nessas assembleias e páginas da rede mundial de computadores. Para complementar a análise documental, foram realizadas entrevistas com indivíduos que participaram do processo de atualização do rol da ANS, no período analisado. A estruturação da política de incorporação de tecnologia, por meio da atualização do rol da ANS, no intervalo de tempo estudado, se deu a partir da interação de coalizões e potenciais membros de coalizões que atuaram na defesa de seus interesses, oportunizando aprendizado político e mudanças graduais, impulsionados, principalmente, pela introdução de conhecimento em Avaliação de Tecnologias de Saúde – ATS. O conhecimento científico teve papel relevante para o direcionamento dos debates e se refletiu na forma como foram criadas as estruturas, regras e metodologias utilizadas pela ANS. A interação da agência reguladora com a política de avaliação de tecnologia de saúde do Sistema Único de Saúde – SUS foi importante para a estruturação deste processo, no setor suplementar. Organismos nacionais e internacionais, com experiência em avaliação de tecnologias de saúde, assim como base de dados científicos e as sociedades de especialidades médicas, foram algumas das fontes de informação que permitiram a construção gradativa e a implementação de uma política de incorporação de tecnologias na saúde suplementar. As duas coalizões identificadas, tinham como divergência principal os critérios utilizados para decisão sobre inclusão de tecnologias no rol da ANS. Por um lado, as sociedades de especialidades médicas defendiam as variáveis assistenciais como determinantes para a inclusão das tecnologias, enquanto as operadoras de planos de saúde argumentaram, insistentemente, a favor da viabilidade econômico-financeira das incorporações. Em harmonia com a trajetória histórica da ANS, o impacto financeiro das inclusões de tecnologia não fora desconsiderado, mas os aspectos assistenciais foram priorizados.