“Fazer a vida” nas ruas do centro: das políticas de morte ao saber-fazer-viver e habitar a cidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Paz, Ana carolina Amorim da lattes
Orientador(a): Caroso, Carlos Alberto lattes
Banca de defesa: Caroso, Carlos Alberto lattes, Alvarez, Gabriel Osmar lattes, Tella, Marco Aurélio Paz lattes, Uriarte, Urpi Montoya lattes, Silva, Roselene Cássia de Alencar lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39752
Resumo: Esta tese aborda alguns aspectos do modo como a vida nas ruas passa a ser percebida como recurso ou tentativa viável para um melhor viver na cidade, por meio de investigação antropológica etnográfica junto a homens e mulheres adultos que se encontram em “situação de rua” no centro da cidade de Cabedelo/PB. O que nos interessou aqui foi compreender uma determinada forma de inserção e relação com o espaço da rua que perpassa pelas possibilidades de viver e habitar a cidade, e não um segmento social específico. Para tanto, procurou-se identificar e caracterizar os tipos de vivências nas ruas do centro, a partir das particularidades do município, da dinâmica local, territorialidades, conflitos, interesses, práticas e interações cotidianas; elencando as principais percepções das pessoas acerca de suas experiências no mundo; e destacando em suas narrativas e trajetórias de vida as queixas de sofrimento, demandas, expectativas e motivações associados à insurgência desses corpos nas ruas da cidade. A partir disso, pretendeu-se identificar e analisar as agências, táticas e recursos para lidar com as adversidades ao longo da vida, e que revelam meios de resistência e insistência urbana na busca por um bem viver e habitar a cidade. Concomitantemente, enquanto objetivo específico, buscou-se fazer uma reflexão teórico-metodológica sobre o fazer etnográfico na pesquisa antropológica, especialmente no que tange o tema das vivências nas ruas. A partir dos dados etnográficos, observa-se que o “fazer a vida”, expressão empregada por um dos interlocutores, reportaria a um saber-fazer-viver inventivo, processual, singular e político, caracterizado por uma cadeia de movimentos táticos, utilizando-se do próprio corpo, elementos tangíveis e situações favoráveis, na tentativa de transformar e ultrapassar a condição de precariedade e políticas de morte em direção a novas experiências na cidade. A rua emerge aqui como lócus de produção de vida em ambiente de produção de morte. Desse modo, a ocupação dos espaços públicos por esses interlocutores dá a entender que se está reivindicando para si não só a cidade, mas reivindicando o próprio direito à vida.