Sem endereço para ir e sem um lar para voltar: sobre o sentido da vida em Frankl, estratégias de coping e questões da existência com moradores de rua na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pessoa, Jimmy Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-05062024-165818/
Resumo: Este projeto de pesquisa teve como objetivo analisar a existência de um sentido de vida para pessoas em situação de rua e, com base nos resultados que indicaram a descoberta ou construção desse sentido por homens, mulheres e pessoas transfemininas, buscou investigar como ele é elaborado. A partir da perspectiva teórica da Logoterapia, foi constatado que os conceitos de valores de criação, vivência e atitude fazem parte da construção desse significado. Também foi estabelecida uma conexão entre o conceito de sentido de vida e os métodos de enfrentamento (coping) presentes nas práticas das pessoas para lidar com as dificuldades da vida nas ruas. A proposta consistiu em conduzir uma pesquisa qualitativa pelo método etnográfico, com perguntas semiestruturadas, envolvendo 25 participantes, sendo 19 homens, três mulheres e três pessoas transfemininas, que estão em situação de rua há mais de três anos na cidade de São Paulo. O questionário foi elaborado pelo pesquisador e seu orientador e está dividido em perguntas relacionadas à história de vida do sujeito entrevistado e sua percepção sobre o sentido da vida. A partir da análise dos dados coletados pelo método hermenêutico, com base na teoria de Viktor Frankl, compreendeu-se como as pessoas em situação de rua encontram um sentido para suas vidas. Foi também descoberto que a situação de rua não é a única fonte de sofrimento para essas pessoas e que questões de existência, vazio existencial e outras circunstâncias têm levado algumas delas a perderem o interesse pela vida. Analisaram-se ainda as formas de enfrentamento de situações estressoras por parte dos entrevistados e como eles superam crises e frustrações em suas vidas. Além disso, desenvolveu-se uma análise psicossocial filosófica sobre o sentido da vida e a esperança, que é uma ação motivadora para a construção de possibilidades transformadoras e que contribui para a mudança de vida da população que ainda está vivendo nas ruas.