Além da roda e da linha: discurso das práticas corporais na Cultura Hip Hop, territórios, apagamentos e afirmações políticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fléming, Jefferson de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-23122024-163550/
Resumo: A presente dissertação de mestrado parte de meu engajamento como dançarino de rua da cultura Hip Hop. A partir daí, passei a observar alguns dos territórios na cidade de São Paulo onde historicamente a cultura Hip Hop vem se consolidando. Nesse sentido, por meio de experimentos etnográficos, realizei incursões a campo para observar de perto a corporalidade na cultura Hip Hop, suas conquistas e impasses nos últimos anos, sobretudo no que toca o debate em torno da linguagem da dança de rua. Com este recorte, a pesquisa quer focar nos pedaços e circuitos da dança em São Paulo, enquanto categorias analíticas. e compreender a dinâmica dos atores sociais nos lugares onde praticam suas expressões e práticas corporais. Por meio de um olhar de perto e de dentro convivi tanto com meus colegas de treinos, como trocando com outras crews (grupos) de dança de rua durante dois anos. Neste período, frequentei as Jams no metrô São Bento, os encontros do Boom Box Brasil Crew na rua Dom José de Barros com 24 de Maio, e o Festival Master Crew. Além destas incursões e observações, realizei anotações em cadernos de campo, experimentando também outras formas de escrita, ou seja, exercendo o olhar etnográfico e cruzando com minhas vivências, escrevivências de acordo com Conceição Evaristo (2013) na tentativa de, assim como a autora, recuperar e enfatizar elementos do cotidiano de pessoas que, em outras narrativas, teriam pouca ou nenhuma relevância: negros (as), pobres, favelados, corpos que resultaram da experiência da exclusão, das desigualdades, étnico-raciais e sociais de nossa realidade brasileira. Nosso ponto de partida é, contudo, pensar além da roda e da linha para assim compreender melhor os manejos realizados pelos dançarinos (as) da cultura Hip Hop nos últimos anos, que, se apropriando de táticas e estratégias na cidade, tornaram possíveis a continuidade de práticas corporais em territórios históricos da cidade de São Paulo. Por fim, através de um caminho metodológico implicado, encarnado, captei sensações e imagens para exercitar uma escrita do corpo. Por outro lado, pratiquei o olhar etnográfico, tendo como centralidade a experiência vivida pelo corpo, transformando escrita em escrevivência, sendo ao mesmo tempo pesquisador- pesquisado