De soldado Medeiros à Maria Quitéria: a construção de uma memória histórica nos séculos XIX-XX.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Farias, Marianna Teixeira lattes
Orientador(a): Valim, Patrícia lattes
Banca de defesa: Valim, Patrícia lattes, Cavicchioli, Marina Regis lattes, Lima Júnior, Carlos Rogério lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41092
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objetivo central investigar a construção da memória histórica de Maria Quitéria de Jesus ao longo dos séculos XIX e XX, utilizando uma abordagem historiográfica que integra a análise de fontes iconográficas e impressas. A pesquisa busca compreender como a trajetória da combatente baiana, que desafiou normas de gênero ao lutar pela Independência do Brasil na Bahia, inicialmente travestida como homem e agraciada com honrarias imperiais e militares, foi reinterpretada por diversas instituições e agentes ao longo do tempo. A partir de uma triangulação metodológica, que articula diferentes tipos de fontes e abordagens analíticas, foram examinadas as interações entre representações textuais e visuais, revelando como essas reinterpretações foram moldadas conforme as agendas políticas e sociais dos diferentes períodos históricos. Desde o Primeiro e Segundo Império até a Primeira República, passando pela Era Vargas e a Ditadura Civil-Militar, a pesquisa demonstra como a história e a imagem de Maria Quitéria de Jesus foram reconstruídas e circuladas nesses diferentes contextos, que ora lhe denotaram aspectos masculinizados, ora traços feminilizados e até mesmo erotizados. Concluiu-se, por conseguinte, que a memória histórica de Maria Quitéria de Jesus foi constantemente adaptada e ressignificada de acordo com os interesses políticos de cada época, revelando um processo contínuo de reconstrução simbólica. Com isso, os usos em torno da sua história e imagem puderam revelar tanto as tensões entre a identidade de gênero, quanto a legitimação de agendas políticas, que desvelaram um campo ora de disputa ora de conformação sobre os seus heróis e heroínas nacionais.