A cultura letrada na Bahia (1821-1823): a experiência da independência brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Marcelo Renato Siquara
Orientador(a): Aras, Lina Maria Brandão de
Banca de defesa: Aras, Lina Maria Brandão de, Moura, Milton Araújo, Oliveira, Rodrigo Perez, Guerra Filho, Sérgio Armando Diniz, Souza Filho, Argemiro Ribeiro de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31941
Resumo: Após a Revolução do Porto (1820), a província da Bahia vivenciou uma nova dinâmica política. O antigo súdito do Império português, alçado a condição de cidadão, passou a desfrutar as benesses facultadas pelo liberalismo constitucional. No exercício político dos seus direitos e deveres, amparados nas Bases Constitucionais elaboradas pelas Cortes de Lisboa, e refletindo sobre um conjunto de conceitos esquadrinhados pelo Catecismo Político que circulou em Salvador, o cidadão português passou a sugerir mudanças e a questionar antigos problemas que afligiam a sociedade. A profusão de impressos e manuscritos, e as discursões suscitadas a partir da publicização de seus conteúdos, favoreceu a ampliação dessa participação. Além disso, o olhar crítico do cidadão sobre os projetos políticos defendidos pela maioria dos congressistas portugueses, que resultou na formação de partidos distintos na província, contribuiu para o agravamento no quadro de tensões. Cabe ressaltar que, a princípio, a luta pela independência brasileira esteve vinculada a manutenção da unidade do Império português, amparada no princípio da paridade de direitos. Porém, este desejo inicial sofreu uma viragem a partir do momento em que a proposta de construção do novo pacto social passou a ser percebida como um escuso projeto de recolonização. A partir de então, a opção pela ruptura, sob os auspícios do príncipe dom Pedro, tornou-se um caminho sem volta. De toda sorte, a vinculação da província da Bahia neste circuito de mudanças resultou na incidência de um conjunto de alterações – de ordem política, econômica, social e cultural. Enfim, diante do exposto, defendo que o estudo da cultura letrada na Bahia (1821-1823), a partir da análise da experiência da independência brasileira, será capaz de ampliar a percepção sobre o processo histórico que resultou na separação entre os reinos irmãos. Acredito que essa abordagem histórica produzirá respostas que expliquem as relações estabelecidas entre o Estado e a sociedade em um contexto liberal e constitucional. A análise e o confronto de variadas fontes – primárias e secundárias –, em arquivos brasileiros e portugueses, tende a contribuir para o sucesso dessa empreitada.