Do controle de distúrbios civis ao gerenciamento de multidões festivas: uma análise da evolução dos padrões de policiamento ostensivo no carnaval de Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Melo, Antonio Jorge Ferreira lattes
Orientador(a): Paes-Machado, Eduardo lattes
Banca de defesa: Maia, Juliana Maia lattes, Paes-Machado, Eduardo, Costa, Ivone Freire, Oliveira, Paulo César Miguez de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Multidisciplinar e Profissionalizante em Desenvolvimento e Gestão
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35534
Resumo: Dentro do cenário de gerenciamento e controle de multidões e à luz das diversas teorias que procuram explicar a dinâmica do funcionamento de aglomerações humanas, o trabalho se propõe a analisar a evolução dos padrões de policiamento de multidões festivas no Carnaval de Salvador, sob a ótica da Polícia Militar da Bahia, objetivando a elaboração de um projeto de intervenção a partir da identificação das vulnerabilidades do modelo. Lastreado na visão weberiana de Estado, que, em seu território, se empenha pelo "monopólio legítimo da violência", através da análise da evolução do policiamento ostensivo e do policiamento de carnaval de Salvador, discute os nexos entre a mercantilização e a governança da segurança e a existência de um vínculo entre o padrão geral e o padrão específico do policiamento que levaram a Polícia Militar da Bahia a desenvolver um modelo próprio de policiar multidões, inspirado nos modelos clássicos. O estudo mostra, ainda, que, na Bahia, principalmente a partir da década de 90, se produzem mudanças fundamentais no modo de produção da segurança no Carnaval de Salvador, por intermédio de arranjos institucionais públicos e privados que se desenvolvem em seu entorno para dar suporte a um mega evento que reúne multidões com mais de um milhão de participantes, aglomeradas ao longo de 25 km de ruas, potencializando os riscos relativos ao aumento da densidade e de ocorrências delinquenciais. Adequando-se aos imperativos mercantis e midiáticos da festa, a Polícia Militar aprimora estratégias e táticas de policiar multidões, típicas de uma concepção multidimensional de manutenção da ordem pública, envolvendo muitos atores e instituições, não raro, à revelia do controle do Estado que, sem poderes para regular a festa, assiste de camarote à consolidação da rede descentralizada de atores públicos, privados e mistos que autorizam ou produzem a segurança no Carnaval de Salvador.