Quixotismos pós-modernos na narrativa de Carlos Ribeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Luciana Santos de
Orientador(a): Telles, Lígia Guimarães
Banca de defesa: Hoisel, Evelina de Carvalho Sá, Mendes, Cleise Furtado, Patrício, Rosana Ribeiro, Vieira, Nancy Rita Ferreira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27259
Resumo: Este trabalho se propôs trazer à cena crítico-acadêmica a possibilidade de discutir o que é ser e estar no mundo contemporâneo, e de verificar como os fenômenos pós-modernos (sociais e culturais) influenciam a narrativa atual, representada aqui pela prosa do escritor baiano Carlos Ribeiro. Afinal, por ser cronológica e tematicamente contemporânea, sua escrita nos dá testemunho do decorrer de muitas mudanças e parece refletir os retratos distorcidos da pós-modernidade, ao passo que suscita muitas questões e sinaliza algumas possíveis respostas. Para atingir esse objetivo, a tese foi dividida em três capítulos. No primeiro, examina-se o que caracteriza o contexto em que se insere sua narrativa, chamado por muitos estudiosos de pós-moderno. É feito um trajeto teórico das questões que particularizaram a modernidade e das questões que a diferencia da época atual. Assim, foram convocadas algumas vozes críticas e teóricas, que ultrapassando suas distintas áreas de estudo, enriquecem a área comum das Humanidades, dentre as quais se destacam as vozes de Anthony Giddens, Michel Foucault, Marshall Berman, Octavio Paz e Fredric Jameson. O segundo capítulo traz a análise de dois romances de Carlos Ribeiro: Lunaris, publicado em 2007, e Abismo, publicado em 2004. As análises seguem na direção de tentar identificar quais são as características da narrativa pós-moderna, de entender a partir de que aspectos ela narra e de saber quais representações do homem e do mundo pós-modernos Ribeiro imprime com sua escrita. O terceiro capítulo expõe uma das maiores marcas da narrativa atual: a mistura, a citação e a paródia de outros estilos, formas e dicções literárias, que marcaram épocas e contextos distintos. Ribeiro usa seu olhar e suas leituras para trazer diversas referências artísticas, fazendo-as coexistir de uma forma renovada e original. Contudo, a referência mais marcante é, sem dúvida, aquela que dá vida aos seus protagonistas. Refiro-me a um tipo de protocolo ficcional fundado pelo autor espanhol Miguel de Cervantes: o quixotismo. Esse substantivo faz menção a um modo de agir que consiste, entre outras coisas, em embaralhar as vozes narrativas e as identidades, em subverter a expectativa da história e, por consequência, a atenção e a percepção do leitor. O quixotismo retomado por Ribeiro se mostra como instrumento artístico pelo qual o autor procura sinalizar o papel da ficção em dias tão absurdos.