Carlos Nejar e Matusalém de Flores: intertextualidade com Dom Quixote e com o texto bíblico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Machado, Cínthia Maritz dos Santos Ferraz lattes
Orientador(a): Silva, Teresinha Vânia Zimbrão da lattes
Banca de defesa: Pereira, Édimo de Almeida lattes, Ribeiro, Gilvan Procópio lattes, Gonçalves, Gracia Regina lattes, Siqueira, Joelma Santana lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8217
Resumo: Uma das diversas maneiras de se compreender a literatura brasileira é sondar os diálogos que se estabelecem entre os textos. As possibilidades de diálogos ou “empréstimos” entre diferentes textos e áreas do conhecimento são recorrentes da produtividade literária, mas, na contemporaneidade, adquirem um novo tônus, revelando-se críticas do seu tempo. Carlos Nejar, escritor gaúcho consagrado, cria uma peculiar crítica do seu tempo ao adentrar pelos caminhos da intertextualidade com Dom Quixote e com a Bíblia em Matusalém de Flores, seu mais recente romance, que foi publicado em 2014. Assim, analisar a intertextualidade nessa obra será como auscultar em que medida a literatura pode ser um ato empenhado, isto é, crítico e de celebração da textualidade, uma vez que ela pode reinventar o novo a partir do velho, reescrevendo e re-inscrevendo a palavra através dos tempos. Veremos que a literatura de Carlos Nejar realiza um diálogo crítico e criativo com textos clássicos da cultura ocidental, pois concretiza novos modos de produtividade contemporânea à medida que (re)cria e lê o clássico sob o contemporâneo e o sagrado sob o cotidiano. Desse modo, nossa proposta de estudos se centrará na busca das correspondências entre os principais personagens nejarianos no romance em questão e os principais personagens de Dom Quixote e de alguns textos bíblicos. Além disso, compararemos alguns eixos temáticos e paradigmáticos das três obras, bem como analisaremos outras semelhanças, que vão desde a composição da capa de Matusalém de Flores e Dom Quixote até à organização interna desses dois livros. Ademais, assinalaremos as semelhanças e as diferenças entre a composição nejariana e os clássicos aqui já mencionados na busca por entender como o autor, de modo crítico, (re)inventa ou (re)cria o antigo.