Contribuição ao Estudo dos Maciços Gabro-Anortosíticos do Sul da Bahia, Brasil: Mecanismos de Deformação e Orientação Preferencial Cristalográfica do Plagioclásio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Carvalho, Cristina Maria Burgos de
Orientador(a): Cruz, Manoel Jerônimo Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22035
Resumo: Nos domínios dos terrenos granulíticos da porção centro-sul do Estado da Bahia, Nordeste do Brasil, entre os blocos Itabuna-Salvador-Curaçá e Jequié, ocorre uma série de corpos máfico-ultramáficos e gabroanortosíticos, cada um deles com dimensões inferiores a 100 km2. De norte para sul são conhecidos os seguintes maciços: Rio Piau, Samaritana/Carapussê, Mirabela, Palestina, Fazenda Provisão e Potiraguá. Destes, os maciços de Rio Piau, Samaritana/Carapussê e Potiraguá são de natureza essencialmente gabroanortosítica. As rochas anortosíticas destes maciços foram os objetos de estudo da presente pesquisa porque elas são ideais para se estudar os mecanismos de deformação e orientação preferencial cristalográfica do plagioclásio. O estudo das microestruturas do plagioclásio no Maciço de Rio Piau evidenciou que ele foi afetado por uma deformação na transição dúctil-rúptil. A presença de microfraturas, extinção ondulante, afinamento das geminações mecânicas, geminação em cunha, bandas de deformação, kink bands, pequenos encurvamentos dos planos de geminação do plagioclásio, e a ausência de estruturas tais como augen e matriz ou mantonúcleo são feições sugestivas de deformação no limite rúptil-dúctil. As análises das microestruturas do plagioclásio e dos piroxênios do Maciço da Samaritana/Carapussê colocaram em evidência a atuação da deformação magmática seguida de uma importante deformação dúctil. A deformação magmática é observada pelo alinhamento da maioria dos porfiroclastos de plagioclásio. A deformação dúctil é evidenciada pelas microestruturas de deformação plástica intracristalina, tais como extinção ondulante, geminação mecânica em cunha, bandas de deformação, encurvamento do plano da geminação, formação de subgrãos e de pequenos grãos recristalizados, que são abundantes tanto nos porfiroclastos de plagioclásio quanto nos grãos damatriz. A deformação dúctil dos piroxênios é atestada pela presença porfiroclastos com geminação encurvada e pela matriz recristalizada. Para o Maciço de Potiraguá, os estudos microestruturais mostraram que este foi submetido a uma deformação essencialmente magmática. A presença de microfraturasnos grãos de plagioclásio, deslocamento das geminações magmáticas e de minerais de alteração atestam que este maciço foi afetado por uma deformação rúptil posterior à sua cristalização e com a presença de fluidos, embora não tenha sido possível precisar quando ocorreu este tipo de deformação. Por meio da utilização da técnica EBSD (electron backscatter diffraction) foram obtidas informações sobre as orientações preferenciais cristalográficas que o plagioclásio desenvolve no estado magmático e no campo dúctil da deformação. A combinação dos estudos microestruturais e das orientações preferenciaiscristalográficas para o plagioclásio permitiram analisar e discutir os mecanismos de deformação e orientação desta fase mineral nos maciços gabro-anortosíticos do Sul da Bahia. Análises isotópicas Sm/Nd em rocha total forneceram idades TDM que variaram de 4000 a 3300 Ma para os maciços de Rio Piau e Samaritana/Carapussê e idades TDM de 1300 Ma para o Maciço de Potiraguá. Os valores positivos de JNd na idade TDM para todos os maciços sugerem que os magmas que geraram estas rochas tiveram uma derivação mantélica e não estavamcontaminados por material crustal na sua extração. Análises isotópicas 40Ar/39Ar em anfibólios de composição pargasítica do Maciço do Rio Piau forneceram uma idade de resfriamento de 2023±4 Ma. A mesma metodologia aplicada em biotitas titaníferas do Maciço da Samaritana/Carapussê forneceu uma idade de resfriamento de 1957±4 Ma.