Os usos dos artigos definidos e indefinidos nos séculos XIII, XIV e XVII: um estudo na perspectiva funcionalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Lins, Alex Batista
Orientador(a): Souza, Emília Helena Portella Monteiro de
Banca de defesa: Souza, Emília Helena Portella Monteiro de, Silva, Rosa Virgínia Mattos e
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28738
Resumo: O presente trabalho aborda a constituição e o funcionamento dos artigos definidos e indefinidos nas fases arcaica e moderna da Língua Portuguesa, tomando como corpus, sob um enfoque funcionalista, o Foro Real, de Afonso X, século XIII, o Flos Sanctorum, século XIV, e o Sermão da Sexagésima, século XVII. O objetivo é de identificar os usos e os aspectos constitutivos e funcionais dos artigos nos referidos estágios do português. A análise dos dados fundamenta-se nos processos de referenciação e foricidade textuais, nas disposições teóricas de estudiosos da perspectiva funcional, a exemplo de Castilho (1993, 2006, 2007), Neves (2000, 2006, 2007), Marcuschi (1998, 2003), Apothéloz e Chanet (2003), Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991), Koch (1990, 2004, 2005) e Halliday e Hasan (1978). Tendo em vista o caráter retórico-político e teológico de parte dos textos que compõem o corpus, enquanto suporte para melhor caracterização dos dados, foram utilizados conhecimentos do que dispõe a retórica, em Aristóteles, sobretudo a partir das reflexões de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), com ênfase nas práticas retoricistas em textos religiosos. Procurou-se, metodologicamente, verificar a existência ou não de um processo de gramaticalização dos artigos no português. Para tanto, realizou-se um levantamento das formas dos artigos em cada texto; analisou-se o valor semântico-funcional dos artigos nos SNs por eles encetados; e confrontou-se, a partir dos textos que compõem o corpus da pesquisa, a utilização e o funcionamento desses itens no período arcaico e moderno do português. Os artigos foram classificados segundo a posição e a função que ocupam e exercem nos enunciados dos textos sob análise. Os resultados permitem indicar que no português arcaico e no moderno, além de encontrarem-se gramaticalizados, os artigos desempenham não apenas as funções conhecidas e apregoadas pela gramática normativa, mas também o papel de elementos referenciadores e fóricos, com destacado potencial endofórico.