O Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades da UFBA: inovação, formação intercultural e justiça cognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Nelson Rocha lattes
Orientador(a): Sampaio, Sônia Maria Rocha lattes
Banca de defesa: Santos, Georgina Gonçalves dos, Coutinho, Denise Maria Barreto, Heringer, Rosana Rodrigues
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares Sobre a Universidade (PPGEISU) 
Departamento: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37797
Resumo: O ensino superior no Brasil constrói-se de maneira segregacionista, voltada para as classes média e alta. A marginalização educacional da maior parte de sua população é fruto da herança colonial, que deixou praticamente sem acesso à educação todos aqueles que foram subalternizados pelo colonizador. No âmbito da produção do conhecimento, a universidade brasileira institui a ciência moderna como seu saber último e supremo, excluindo, então, todos os tipos de conhecimentos “estranhos” aos parâmetros de sua cientificidade. Contudo, nos últimos anos, há uma mudança em curso, no caso do Brasil. Dois marcos podem ser mencionados na transformação do paradigma de exclusão. O primeiro é a implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), em 2007. O segundo marco é a promulgação da Lei nº 12.711/2012, a chamada Lei de Cotas. Nas mudanças curriculares incentivadas pelo REUNI, os Bacharelados Interdisciplinares (BI) representam, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), uma oportunidade de inovação curricular propondo uma formação geral no cenário da educação superior. A partir dessas mudanças, a UFBA apresenta alterações gradativas no perfil étnico-racial e social dos estudantes, tornando-se mais inclusiva e diversa. Entretanto, ao pensarmos sobre essas alterações que resultam da chegada de novos perfis étnico-raciais, sociais, sexuais e de gênero, também precisamos pensar na inclusão epistemológica desses sujeitos, pois eles trazem novos desafios pedagógicos, curriculares e de formação. Este trabalho, de caráter qualitativo, quis compreender como a nova proposta pedagógica do BI, especificamente a do BI em Humanidades (BIH), tem contribuído para a efetivação do diálogo intercultural e a promoção de justiça cognitiva. Tendo como referencial teórico os estudos decoloniais, usamos entrevista compreensiva, realizadas com estudantes cotistas, para a produção dos dados. Os principais resultados empíricos da pesquisa apontam para a potência que tem o BIH para promoção de uma educação convergente entre ciência interdisciplinar e formação intercultural. Torna-se um esforço, ainda que preambular, do curso em propor e discutir novas propostas pedagógicas e teóricas a partir de diferentes arcabouços teóricos. Um esforço preambular por constatar, ao analisar os planos de curso, que pecam na seleção da bibliografia obrigatória dos componentes analisados, na medida em que, privilegiam certos corpos geopolíticos.