Efeitos da Agricultura de Corte-e-queima sobre a regeneração da Caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Ana Beatriz
Orientador(a): Dodonov, Pavel
Banca de defesa: Miatto, Raquel Carolina, Xavier, Rafael de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Biologia
Programa de Pós-Graduação: Ecologia: Teoria, aplicação e valores
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33785
Resumo: A agricultura de corte-e-queima é uma prática milenar que vêm promovendo mudanças na dinâmica de muitas florestas ao redor do mundo. Este cenário não é diferente nas florestas tropicais sazonalmente secas, como a Caatinga, onde essa prática tem levado a mudanças no curso da regeneração das comunidades vegetais. Nosso estudo buscou avaliar os componentes estruturais, a frequência de certos mecanismos de regeneração e a composição taxonômica da flora lenhosa (> 3cm DAS) em diferentes estágios de sucessão, além de alterações em componentes estruturais na Caatinga pernambucana. Para isso, diversos parâmetros foram aferidos (i.e., área basal, altura, número de raízes e riqueza de espécies, frequência dos mecanismos de regeneração e composição taxonômica) nos diferentes ambientes (i.e., roças recém abandonadas, áreas com mais de 10 anos de abandono e em regeneração natural e, áreas de floresta madura). Como resultado, exceto pela composição de espécies, as áreas em regeneração não diferiram das áreas de floresta madura em nenhuma das nossas métricas analisadas. O mecanismo de reprodução vegetativa (propagação vegetativa e rebrota) foi igualmente frequente em todas as áreas, e não como esperado (maior frequência nos estágios iniciais). A área basal acima do solo variou em valores totais, mas não médios, indicando que nas áreas de roça havia menos árvores, mas em média eles tinham tamanho similar aos indivíduos das outras áreas. Já a área basal abaixo do solo variou em valores médios (com a roça apresentando um valor maior que floresta madura) e não em valores totais, indicando que as espécies da roça emitem muito mais raízes para conseguir se manter naquela área, mesmo com menos indivíduos. A composição taxonômica foi dominada por alto grau de substituição de espécies, provavelmente ligadas à seleção de espécies pelos agricultores, além dos efeitos ambientais. A permanência desse tipo de manejo parece interferir diretamente na dinâmica florestal, criando cenários para intervenção e práticas de manejo.