Mecanismos ecofisiológicos controladores e performance da rebrota na Caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: VANDERLEI, Renato Soares
Orientador(a): SANTOS, Mauro Guida dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55829
Resumo: Perturbações antrópicas afetam mecanismos de regeneração em florestas tropicais secas. A persistência de plantas via rebrotas e propagação clonal via rametas parecem ser cruciais para a recuperação acelerada da biomassa perdida, mas dependem do armazenamento e eficiência do uso de carboidratos não-estruturais (CNE). Contudo, informações acerca de quais espécies conseguem persistir na Caatinga e de como perturbações antrópicas afetam tanto a persistência quanto os CNE são escassas. Diante disso, avaliamos: 1) como diferentes intensidades de perturbações antrópicas afetam a persistência de espécies lenhosas dominantes via diferentes mecanismos de regeneração e 2) como a perturbação antrópica por corte- e-queima altera suas características bioquímicas e funcionais. O trabalho foi realizado no PARNA Catimbau utilizando 6 espécies lenhosas dominantes. Em campo, foram simuladas perturbações que ocorrem de forma tradicional por populações rurais, sendo elas, o corte de galhos e corte-e-queima (CQ) da vegetação no final da estação seca. Medidas biométricas (i.e., altura, diâmetro no nível do solo, no de perfílios e biomassa fresca) foram feitas antes e 6 meses depois das perturbações, ao final da estação chuvosa. As frequências dos mecanismos de persistência (i.e., rebrotas e rametas) foram analisadas, além da coleta de amostras de folhas, caules e raízes para análises funcionais e de carboidratos não-estruturais também ao fim da estação chuvosa. De forma geral, a persistência das espécies variou entre 0-80%. 5 das 6 espécies consegue persistir de alguma forma, tanto por rametas quanto por rebrotas. O aumento da intensidade das perturbações estimulou maior número de perfílios, de rametas. Contudo, cerca de 70% da abundância foi perdida após o CQ e apenas 4% da biomassa perdida foi recuperada após 6 meses. As análises de CNE e de características foliares entre árvores controle e indivíduos que persistiram após o CQ indicam que CNE estão mais concentrados em folhas que nos outros órgãos, e que estes indivíduos conseguem alcançar níveis de CNE similares às árvores não perturbadas nestes 6 meses de estação chuvosa. Árvores do grupo controle parece possuir características foliares mais conservativas, enquanto indivíduos que persistiram apresentam estratégia mais aquisitiva com investimento em crescimento e atividades metabólicas. Em síntese, espécies em floresta de Caatinga arenosa conseguem majoritariamente persistir frente a perturbações que removem totalmente sua biomassa acima do solo. Tais perturbações antrópicas parecem estimular clonalidade via rametas e maior emissão de perfílios dos indivíduos que persistem, ao custo de uma alta perda de abundância e eliminação de espécies sem a capacidade de persistir à maior intensidade de perturbação. Os pouco indivíduos que persistem conseguem, no processo de regeneração inicial, rapidamente investir em novo tecido, crescer, iniciar o processo de fotossíntese, e a reabastecer o NSC utilizado, principalmente em raiz, exibindo estratégias de uso de recursos mais aquisitivas antes do início da próxima estação seca.