Taxas de herbivoria durante a sucessão secundária na Caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ALENCAR, Haymée Nascimento de
Orientador(a): LEAL, Inara Roberta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35705
Resumo: As mudanças no uso dos solos reduziram a cobertura dos ecossistemas naturais em todo o globo, tornando a perda e a fragmentação de habitats as principais ameaças à persistência da biodiversidade e das interações ecológicas. Contudo, a porcentagem de áreas degradadas que foram abandonadas e estão em processo de regeneração natural tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, tornando cada vez maior o interesse em se estudar o processo de regeneração natural da vegetação e das suas interações com animais. O objetivo geral deste estudo foi verificar as taxas de herbivoria e os mecanismos explicativos ao longo de um gradiente sucessional em vegetação de Caatinga. O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE, em 10 parcelas de 20 m × 50 m em áreas com diferentes idades de abandono após a agricultura de corte e queima (i.e. cronossequência) e mais cinco parcelas de mesmo tamanho em áreas que não sofreram corte da vegetação nos últimos 150 anos (controle). Em cada uma das parcelas foram selecionados 20 indivíduos de espécies lenhosas, nos quais três folhas expandidas foram monitoradas por danos de insetos herbívoros ao longo de 9 meses. Utilizamos a biomassa de capa parcela como proxy da regeneração da vegetação e avanço da sucessão. Como mecanismos explicativos da taxa de herbivoria incluímos também nos nossos modelos precipitação, e atributos foliares relacionados à herbivoria (área foliar, área foliar específica, espessura foliar e conteúdo de matéria seca) de cada um dos 20 indivíduos. As taxas de herbivoria variaram de 0% no início da sucessão a 21,39% nas parcelas de estágios mais avançados e a biomassa não afetou a taxa de herbivoria ao longo do gradiente sucessional. Quanto aos mecanismos explicativos, verificamos que a taxa de herbivoria foi maior em áreas com menor precipitação, mas os atributos foliares dos indivíduos não afetaram a taxa de herbivoria. Nossos resultados indicam que a sucessão secundária não afeta as taxas de herbivoria, nem os atributos foliares da vegetação. Por outro lado, e contrário às nossas expectativas, redução na precipitação afeta positivamente os danos que insetos herbívoros causam a vegetação. É possível que as plantas das áreas com menor precipitação se tornem mais estressadas hidricamente e, assim, preferidas pelos insetos herbívoros como proposto pela hipótese do estresse.