Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Simões Neto, Natival Almeida |
Orientador(a): |
Coelho, Juliana Soledade Barbosa |
Banca de defesa: |
Gonçalves, Carlos Alexandre Victório,
Oliveira Lacerda, Mariana Fagundes de,
Lopes, Mailson dos Santos,
Souza, Arivaldo Sacramento de,
Santos, Antonia Vieira dos,
Viaro, Mário Eduardo |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32014
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Resumo: |
Esta Tese se insere no âmbito da Romanística e tem o propósito de empreender um conjunto de reflexões que contribuam para novos olhares sobre a história, a estrutura e o funcionamento das línguas românicas. Na primeira parte da Tese, discutem-se questões relacionadas à tradicional narrativa da romanização, que emerge em um contexto linguístico-filológico oitocentista marcado por um nacionalismo europeu, que defendia purismos linguísticos, sociais e raciais. A partir de diversos estudos, como os de Webster (2001), Manacorda (2002), Sobral (2004), Glissant (2005), Dwulf (2005), Paixão de Sousa (2006), Guarinello (2006), Witt (2008), Marquilhas (2010), Mattos e Silva (2011), Olender (2012), Garrafoni (2009), Funari e Garraffoni (2018), inseridos em variadas áreas do conhecimento, como História, Filologia, Linguística Histórica, Arqueologia, Antropologia, Sociologia, Pedagogia, Estudos Culturais e Estudos Literários, aponta-se uma série de argumentos e evidências, não só de natureza linguística, como também de ordem social, cultural, religiosa, educacional, arquitetônica, que sugere que a narrativa da romanização falha em vários aspectos, podendo dar lugar a uma narrativa de crioulização linguística e cultural na expansão da România e na formação das línguas românicas. Na segunda parte da Tese, retomam-se os fenômenos linguísticos utilizados na divisão da România Ocidental e Oriental (MAURER JR., 1951; WARTBURG, 1952), como o comportamento das vogais postônicas, das consoantes surdas intervocálicas, do grupo -ct- intervocálico e a realização do plural, analisando-se a possibilidade de inserir novos fenômenos que ratifiquem essa divisão. Para isso, observou-se o comportamento morfossemântico das construções [[X]ari]N no latim (argentarius, quasilaria, linguarium) e de suas descendentes em sete línguas românicas, o romeno (areţar , mătăsar, bursier), o italiano (bambinaia, acquaio, caudatario), o francês (agencier, colombier, libraire), o catalão (abeller, garganter, sordària), o espanhol (abejero, bañadero, fornicario), o galego (mullereiro, chaqueteiro, cabalario) e o português (moedeiro, caldeira, aquário). Os dados analisados foram extraídos de dicionários monolíngues, nos casos do italiano, francês, espanhol, catalão, galego e português, e bilíngues, nos casos do romeno e do latim. A descrição das palavras sufixadas nessas línguas foi feita com base em pressupostos da Semântica Cognitiva (LAKOFF E JOHNSON, 1980; FILLMORE, 1982; LAKOFF, 1987), Gramática Cognitiva (LANGACKER, 1987, 2013), Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995, 2003, 2006), Morfologia Construcional (BOOIJ, 2010; GONÇALVES, 2016). Para a comparação entre as línguas, utilizou-se o modelo dos Mapas Semânticos, adaptado da proposta tipológica cognitivo-funcional de Haspelmath (2003). Os resultados mostram que, do ponto de vista semântico-cognitivo, as línguas pouco se diferem, utilizando metáforas, metonímias, focalizações e analogias para a construção do significado de palavras complexas. O que as diferencia, nesse sentido, são as experiências utilizadas para metaforizar, focalizar ou fazer analogias. No que toca ao comportamento polissêmico, do latim às línguas românicas observadas, o significado de ‘agente profissional’ se apresenta como o mais produtivo e mais prototípico. De outro lado, o significado ‘agente vegetal’, que designa árvores, arbustos e outros tipos de plantas, se mostra improdutivo no italiano e no romeno, mas muito produtivo em línguas como o francês, o espanhol, o catalão, o galego e o português. servindo, nesse sentido, para marcar uma divisão entre as tendências das línguas românicas. Há ainda de se destacar a presença produtiva dos significados de gentílicos, anomalias e excessos/acúmulos nas línguas ibero-românicas. |