Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Nathália Felix de
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Orientador(a): |
Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha
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Banca de defesa: |
Sousa, Fernanda Cunha
,
Torrent, Tiago Timponi
,
Rosário, Ivo da Costa do
,
Oliveira, Mariangela Rios de
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2605
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Resumo: |
Este trabalho investiga o desenvolvimento do uso volitivo dos verbos “querer”, “esperar”, “procurar”, “buscar” e “tentar” na língua portuguesa. Assumindo como perspectiva teórica a abordagem construcional da mudança linguística (TRAUGOTT, 2003, 2008a, 2008b, 2009, 2011a; TRAUGOTT & TROUSDALE, 2013; TROUSDALE, 2014), partimos do pressuposto de que a instanciação da acepção volitiva desses verbos consiste na emergência de construções gramaticalmente identificáveis que indexam a vontade do falante. Assim sendo, procuramos estabelecer, alinhando-nos, mais especificamente, aos postulados da construcionalização, uma rede construcional, com diferentes níveis de esquematicidade, que estaria na base desse processo (TRAUGOTT & TROUSDALE 2013; TROUSDALE, 2014). Diante de nosso objetivo, foi selecionado um banco de dados pancrônico, considerando a distribuição dos verbos “querer”, “esperar”, “procurar”, “buscar” e “tentar” desde o século XIII até o português contemporâneo. Os dados sincrônicos recobrem tanto a modalidade oral quanto a modalidade escrita da língua. A oralidade foi composta por entrevistas selecionadas em três corpora distintos, a saber: o corpus do Projeto “Mineirês: a construção de um dialeto”, o corpus do Projeto “PEUL – Programa de Estudos sobre o Uso da Língua” e o corpus do Projeto NURC/RJ – Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro. Já os dados sincrônicos escritos foram formados por textos disponíveis na Internet retirados de blogs e de revistas de grande circulação nacional (“Revista Veja”, “Revista Isto é”, “Revista Época”, “Revista Caras”, “Revista Cláudia” e “Revista Ana Maria”). Por sua vez, os dados diacrônicos foram coletados do corpus do Projeto “CIPM – Corpus Informatizado do Português Medieval” e do corpus do Projeto “Tycho Brahe”. Mediante o equacionamento do cálculo da frequência de uso e da análise qualitativa das ocorrências identificadas, os resultados demonstram que, como volitivos, os verbos – que antes apresentavam em suas acepções iniciais a ideia de movimento – passam a indexar as vontades do sujeito. Destacamos que entendemos a volição a partir de um continuum de escalaridade, que compreende as noções de intenção e desejo. Ela refere-se a um evento a ser desempenhado em um tempo futuro e é codificada por meio de diferentes graus de incerteza epistêmica que o falante possui acerca da atualização desse evento. Nesse sentido, defendemos que o esquema envolvendo verbos volitivos do português estaria diretamente relacionado à manifestação da categoria irrealis expressa pela presença de um sujeito [+ animado] – mesmo que metaforizado –, acompanhado pelo verbo e seu complemento. Os subesquemas desse padrão macroconstrucional se diferenciariam entre si, formalmente, a depender da proximidade cognitiva estabelecida entre o sujeito volitivo e o evento alvo de sua vontade, ou seja, a partir do entendimento do evento, pelo falante, como [+/- irrealis]. Tendo em vista esse(s) (sub)esquema(s), é possível relacionarmos a emergência de construções individuais 7 (microconstruções) volitivas com “querer”, “esperar”, “procurar”, “buscar” e “tentar” e estabelecer uma rede construcional referente ao desenvolvimento de verbos volitivos na língua portuguesa. |