A “lei de ferro” da hierarquia capitalista: a organização imperialista do sistema mundial ao longo dos ciclos de acumulação e o contraexemplo chinês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lepikson, João Augusto Pessoa lattes
Orientador(a): Ribeiro, Maria Teresa Franco lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Maria Teresa Franco lattes, Almeida, Antônio Jorge Fonseca Sanches de lattes, Souza, Antonio Renildo Santana lattes, Pinto, Eduardo Costa lattes, Amaral, Marisa Silva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39223
Resumo: Esta é uma pesquisa teórica que, fundada no materialismo histórico, tem como objetivo apresentar os mecanismos da “lei de ferro da hierarquia capitalista” em uma perspectiva de longa duração para, então, localizar os limites do desenvolvimento dos países periféricos. Partindo da teoria do valor de Marx, busca-se evidenciar que o sistema capitalista mundial é organizado pelas grandes potências imperialistas para garantir a captura de valor gerado nos países periféricos ao longo dos ciclos de acumulação. O resultado disso é que os países periféricos não encontram meios para superar o subdesenvolvimento. Em outras palavras, a rigidez da hierarquia sistêmica é prova da capacidade imperialista de organização do vetor geração-apropriação de valor global. Nesse sentido, a ascensão chinesa aparece como “laboratório histórico” que, pela diferença, ilumina mecanismo fundamental da reprodução do atraso e da dependência: a subsoberania estrutural dos países periféricos. Para alcançar seu objetivo principal, o trabalho é composto por dois grandes objetivos que se articulam sequencialmente: primeiro, a dialética da acumulação é apresentada como um movimento que se impõe à organização imperialista e, na sequência, apresenta-se a reação das grandes potências às condições concretas desse movimento, ou seja, discute-se o imperialismo como condução-organização do sistema mundial pelas grandes potências em resposta à materialidade da processualidade contraditória da acumulação apresentada inicialmente. Para percorrer o caminho teórico-metodológico, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: evidenciar o caráter territorializado da geração de valor e a flexibilidade geográfica da apropriação; mostrar que os Estados atuam para realizar ajustes necessários à superação das crises de superacumulação de acordo com suas posições nos processos globais de acumulação; demonstrar que a restrição à capacidade dos países atrasados de exercer sua soberania é consequência “natural” do movimento do capital e alicerce fundamental da organização imperialista; apresentar o imperialismo como “condução em resposta”: condução-organização do sistema mundial em resposta à concretude da dinâmica contraditória da acumulação; apresentar a dependência como a materialização da organização imperialista; demonstrar que as reformas chinesas são iniciadas em um momento conveniente para o capital (crise de superacumulação) e que o país evita a instalação de alguma variante de capitalismo dependente porque mantém em sua formação social elemento estranho ao metabolismo reprodutivo do capitalismo mundial, a saber: ampla capacidade de exercício da soberania por um país com forças produtivas relativamente atrasadas. Assim, a partir do contraexemplo chinês, buscar-se confirmar que os países periféricos, marcados estruturalmente pela combinação “natural” de atraso e subsoberania, não encontram possibilidades para o desenvolvimento nos limites da estrutura reprodutiva do capitalismo mundial.