Mercado de vizinhança e acumulação ampliada do capital na metrópole de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva Junior, Otoniel Fernandes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-30012023-181001/
Resumo: O setor supermercadista conduzido pelas grandes varejistas de capital internacional, após expandirem os formatos das grandes superfícies no mercado varejista de alimentos no Brasil, passam a investir no formato de mercados de vizinhança, registrando maior concentração na metrópole de São Paulo. Nesses espaços, o grande capital encontrou condições políticas e econômicas favoráveis para sua reprodução. As estruturas e as técnicas de logísticas acumuladas desde a chegada dos supermercados foram condição para determinar as transformações na grande distribuição de mercadorias. Diante de tais fatos, o objetivo do presente estudo, foi a análise dos mercados de vizinhança no processo de concentração e centralização e sua nova expansão territorial na metrópole paulista. A presença dos mercados de vizinhança no abastecimento da metrópole paulista não é um fato novo, o que se incorpora no momento atual são os investimentos por parte dos grandes capitais das varejistas de distribuição de alimentos, como estratégia para ampliar suas áreas de dominação de mercado e maximizar suas taxas de lucro. O trabalho foi desenvolvido mediante a realização de pesquisas em relatórios de desempenho do setor varejista, revistas especializadas no setor supermercadista, assim como através de aplicação de entrevistas aos representantes das grandes redes, pequenos comerciantes e consumidores dos mercados de vizinhança. Elaborou-se, ainda, a partir do levantamento de campo uma base cartográfica para análise da expansão dos mercados de vizinhança. O mercado de proximidade como foco para o grande capital acrescentou novos conteúdos e lógicas de circulação, uma vez que estes passam a contribuir na aceleração da rotatividade dos capitais. A estratégia de localização dos mercados de proximidade, que tendiam aparentemente a seguir o trajeto dos formatos das grandes superfícies, revelaram padrões distintos chegando até as periferias através das penetrações de seus produtos de marca própria. Esse movimento dos capitais para periferia tem nos pequenos comércios de vizinhança nas periferias da metrópole de São Paulo, uma estratégia para filiar como comerciantes parceiros no processo da acumulação do grande capital. Assim, constatou-se que os mercados de vizinhança se constituíam enquanto uma expressão material do processo histórico de concentração e centralização dos capitais pelas grandes redes varejistas se confirmando através da parceria de negócios para distribuição de mercadorias exclusivas para as áreas de baixos rendimentos na periferia paulista.