A estrangeiridade da infancia em Por que a criança cozinha na polenta, de Aglaja Veteranyi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Soeiro, Bárbara Santos lattes
Orientador(a): Santos, Mônica de Menezes
Banca de defesa: Bines, Rosana Kohl, da Costa, Júlia Morena Silva, Santos, Mônica de Menezes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras e Lingüística (PPGLL até 2010) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38071
Resumo: É num cenário instável, onde o picadeiro e as luzes do circo mais parecem um pesadelo, que se ambienta a narrativa de Por que a criança cozinha na polenta (2004), escrita pela artista e poeta romena Aglaja Veteranyi. Nela, uma família de artistas circenses percorre a Europa Central, tal como nômades, fugindo do regime ditatorial de Nicolae Ceaușescu, na Romênia. A narradora, uma menina, dá voz aos seus medos e fantasias infantis, enquanto descobre que crescer é também lidar com o que há de hostil, decadente e perturbador à sua volta. O circo, onde vive a protagonista, apresenta-se não como local de deslumbramento, zombarias e diversão – imagem a qual nos habituamos, através das representações tão fortemente perpetuadas em nosso imaginário –, mas enquanto caótico espaço de permanente ameaça e horror, nos limites do qual a criança cria estratégias de sobrevivência, reconstruindo, pelas vias da imaginação, um refúgio individual. No presente trabalho, busca-se provocar leituras de modo a entender como a experiência circense e nômade ativam a infância em Por que a criança cozinha na polenta. Acionando as noções de “desvio”, “margem” e “fronteira”, presentes nos aspectos tanto temáticos quanto formais da poética de Aglaja Veteranyi, a dissertação seguirá pelas rotas do modelo cartográfico deleuziano, no exercício de um devir-infância – o qual se efetiva na medida em que liga as particularidades e potencialidades do ser criança à condição de artista à margem e estrangeiro.