DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICA PARA DETECÇÃO DE POLUENTES EM ESTUÁRIOS UTILIZANDO MICROSCOPIA ANALÍTICA EM TESTAS DE FORAMINÍFEROS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Campos, Maili Correia
Orientador(a): Machado, Altair de Jesus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: IGEO
Programa de Pós-Graduação: Em Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26064
Resumo: Os estuários são ambientes transicionais bastante produtivos biologicamente que apresentam uma grande complexidade devido à interação de diversos fatores físicoquímicos. Tais ambientes têm sido alvo de intensa exploração humana e isto pode ocasionar o comprometimento do equilíbrio do ecossistema dessas regiões costeiras tornando os programas de diagnóstico, de monitoramento e de manejo cada vez mais necessários. A análise do sedimento é a mais indicada neste tipo de investigação porque permite determinar padrões de dispersão e localizar depósitos de contaminantes, como os metais-traço, que possam escapar à detecção pela análise da água. Associado a isso, a assembleia de foraminíferos tem sido amplamente utilizada como bioindicadora de poluição, já que tais são organismos sensíveis às mudanças ambientais e produzem uma testa capaz de expressar as mudanças no ambiente. A microscopia analítica é um método confiável para a detecção e mensuração da concentração de elementos químicos nas testas destes organismos. Este estudo objetivou dete rminar a ocorrência de biodisponibilização de metais no sedimento do estuário do rio Jacuípe e Paraguaçu, utilizando a distribuição espacial das assembleias e a microanálise nas testas de foraminíferos. Foram coletadas 32 amostras do sedimento no estuário do rio Jacuípe (Litoral Norte da Bahia) nos meses de janeiro e junho de 2010 e 18 no estuário do rio Paraguaçu (BTS) em 2011, em pontos distribuídos ao longo do canal com auxílio de um Van Veen. Amostras de sedimento foram encaminhadas para o LEPETRO (IGEO/UFBA) para a análise geoquímica e determinação do teor de matéria orgânica. Testas normais, da espécie principal encontrada nos dois estuários, foram triadas e fixadas em stubs cobertos de ouro as quais foram levadas ao MEV/EDS de modelo JSM 6610LV (JEOL) do LAMUME (IF/UFBA).A utilização do stub de ouro em substituição ao de alumínio no MEV/EDS apresentou-se como um método eficiente para a produção de imagem e espectros químicos com baixo teor de ruído. O éster de cianoacrilato como fixador dos foraminíferos nos stubs de ouro mostrou-se pouco eficiente. A goma adraganta foi um bom fixador para amostras de natureza carbonática. Em ambas as estações nos dois estuários encontrou-se uma baixa diversidade na assembleia de foraminíferos e espécies do gênero Ammonia estavam entre as principais. A análise geoquímica do sedimento revelou que nos dois estuários estudados, o teor de metais máximos não ultrapassou os valores de referência da resolução 454/12 do CONAMA. Os teores de matéria orgânica foram baixos nos dois estuários em ambas as estações. Em todas as testas dos foraminíferos estudadas, os elementos químicos encontrados em maior concentração foram: carbono e oxigênio. Não foi detectada a presença de metaistraço em nenhum exemplar nos dois estuários.