Interpretações paleoambientais do Holoceno Tardio com base em foraminíferos e bivalves no estuário do Rio Real (Bahia-Sergipe)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Azevedo, Isabel Honorata de Souza lattes
Orientador(a): Machado, Altair de Jesus lattes
Banca de defesa: Machado, Altair de Jesus lattes, Vieira, Fabiana Silva lattes, Jesus, Taíse Bomfim de lattes, Leão, Zelinda Margarida Andrade Nery lattes, Domingues, José Maria Landim lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia (PGGEOLOGIA) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37667
Resumo: No artigo de variação intra-anual dos foraminíferos, a espécie Trochammina inflata, reunida com dados de outros autores, representa a espécie mais predominante em ambas campanhas sazonais, evidenciando que as águas do estuário do rio Real são oligohalinas, ou seja, próprias de ambientes com fortes descargas fluviais. O segundo artigo, apresenta interpretações paleoambientais exibindo uma visão das variações das condições ambientais estuarinas e evidências sutis de prováveis eventos de variações do nível médio do mar (NMM) durante o Holoceno Tardio, respaldando-se em modelos baseados em trabalhos acerca de alterações morfodinâmicas e da paleoecologia dos bioindicadores paleoambientais, que se baseiam nas condições atuais, e pretéritas do ambiente. No segundo artigo, o gênero Trochammina também aparece como dominante, confirmando às condições de um ambiente fluvial evidenciadas com o primeiro artigo sobre a variação intra-anual. As biozonas identificadas no artigo que contempla as interpretações paleoambientais foram identificadas a saber: No T01 a fácies-G1 (base ao intervalo 105 cm) e marca a existência de Estuário Médio. Adicionalmente, as fácies-G1 e G3 (intervalos 70 a 50 cm) devido ser composto, predominantemente por pacote sedimentar areno-lodoso, indica um paleoambiente controlado por aporte de água doce, típico de ambiente fluvial. A fácies-G4 (intervalos 50 a 15 cm) registrou as espécies de moluscos Anadara sp., Anomalocardia brasiliana, Corbula caribaea, C. cubaniana, C. subrostrata, Chione cancellata, e Luanarca ovalis, evidenciando a ocorrência de um Estuário Baixo, ou seja, um ambiente com influencia marinha. A fácies-G2 (intervalos 105 a 70 cm) e G4 registraram um domínio de espécies de bivalves eurihalinos associados a granulometria areno-lodosas, indicando possivelmente depósito transgressivo e uma transição offshore. A fácie-G5 (intervalo 15 ao topo) apresenta um conjunto de espécies aglutinantes salobras, mixohalinos rasos e espécies marinhas calcárias, sugerindo que o topo do testemunho representa o estuário atual, provavelmente marcado por depósitos marinhos rasos transgressivos. As biozonas do T02, identificadas como: fácies-Z1 (estende-se da base a 175 cm) e Z3 (intervalos 175 a 15 cm) apresentam um ambiente estéril em bivalves e foraminíferos, o que sugere a presença de um ambiente de água doce, e que, provavelmente pode ter ocorrido um evento de regressão. A fácies-Z2 (intervalos 205 a 175 cm) registrou o bivalve marinho Diplodonta cf. notata associado a granulometria arenosas do estuário do rio Real, sugere um ambiente marinho raso. A fácies-Z4 (intervalo 15 cm ao topo) representa o estuário atual com domínio marinho em relação ao fluvial, corroborado pelo predomínio das espécies de foraminíferos costeiros, marinhos e de plataforma continental transportados para dentro do estuário, como exemplo: Ammonia beccarii, Cibicides lobatulus e Haynesina germânica. As interpretações paleoambientais realizadas em função da análise dos dados granulométricos e bióticos (foraminíferos e bivalves) corroboram com as observações do artigo sobre a variação intra-anual no estuário do rio Real. O estuário exibe uma energia hidrodinâmica moderada, respaldada pela granulometria predominantemente areno-lodosa e presença de fragmentos de conchas e organismos autóctones. Conclui-se que a presente pesquisa contribuiu para compreensão espacial e temporal do paleoambiente do estuário do rio Real durante o Holoceno Tardio com base em foraminíferos e bivalves.