Análises de isótopos de chumbo em conchas de bivalves através da técnica LA-ICP-MS
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7158 |
Resumo: | A análise dos elementos químicos contidos no interior das conchas de bivalves é capaz de revelar as mudanças que ocorrem no ambiente, uma vez que os elementos são provenientes da água onde os animais vivem. Os metais presentes na água são transferidos e acumulados na concha através dos processos metabólicos. A deposição da concha ocorre a partir de uma matriz orgânica onde são sintetizados dois tipos de cristais de carbonatos de cálcio (calcita e aragonita). Os metais ficam armazenados no interior da concha, mesmo após a morte dos animais, quando são preservadas da ação do intemperismo. Vários estudos analisaram a presença de chumbo em bivalves, já foram utilizados no monitoramento de poluentes e no controle da qualidade da água. No entanto, não existe nenhum estudo relacionado a investigação da composição isotópica de chumbo no interior das conchas. Sendo assim, esse trabalho é pioneiro, e teve como objetivo: caracterizar as assinaturas isotópicas de chumbo no interior das conchas, através da técnica LA-ICP-MS (Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry). Para isso, foi necessário o desenvolvimento do método analítico proposto; o instrumento utilizado foi o espectrômetro de massa Neptune (ThermoFisher Scientific) com plasma acoplado e comprimento de onda do laser de 193nm. 13 espécies de conchas de bivalves foram utilizadas, ao todo 25 conchas foram analisadas, provenientes da Baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro. Os resultados revelaram a presença de distintas assinaturas isotópicas de chumbo no interior das conchas. Esses dados estão de acordo com resultados pretéritos de outros estudos, os quais analisaram assinaturas de chumbo nos sedimentos superficiais da mesma região geográfica. As diferentes assinaturas isotópicas registradas nas conchas foram atribuídas a presença de diversas fontes antropogênicas que atuam na região. Observou-se também uma alta variabilidade da concentração de chumbo entre as amostragens, inclusive entre as distintas camadas de uma mesma concha. A variação na concentração de chumbo observada no interior das conchas foi associada a diversos fatores, entre eles: aos processos biológicos e metabólicos, as condições ambientais, distintos tempo de exposição ao poluente e as distintas doses inaladas pelos organismos, e ao modo de vida pertinente a cada espécie. Estes fatores possuem papéis fundamentais na incorporação do chumbo. A camada externa das conchas apresenta um padrão de crescimento caracterizado por linhas de crescimento impressas na superfície da concha, tal padrão pode ser facilmente correlacionado com o tempo de vida do animal se as linhas forem mensuradas durante o desenvolvimento da concha. Assim sendo, concluiu-se que a análise de poluentes é mais interessante na camada externa do que nas outras camadas. De maneira geral, este estudo revelou algumas dificuldades inerentes à utilização de conchas de bivalves como registros ambientais, a concentração presente nas conchas não representa com precisão os níveis reais de contaminação no ambiente. Por outro lado, comprovou-se que é possível realizar a análise de isótopos de chumbo em conchas bivalves utilizando a técnica LA-ICP-MS, a interpretação das assinaturas de chumbo pode ajudar na caracterização das fontes atuantes no ambiente. |