Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Aldaíce Damasceno
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Orientador(a): |
Souza, Ana Lúcia Silva
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Banca de defesa: |
Souza, Ana Lúcia Silva,
Muniz, Márcio Ricardo Coelho,
Pereira, Áurea da Silva |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado Profissional em Letras - (PROFLETRAS)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35933
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Resumo: |
Este Memorial Formativo provém de uma pesquisa do Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS – da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Comporta um projeto de intervenção desenvolvido em uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos de Salvador, que objetivou o desenvolvimento de práticas de letramentos que fomentaram um processo interativo de construção da alteridade e identidade dos participantes. O estudo, que considera a alteridade como reconhecimento do outro e as identidades sempre em construção, investiga as trajetórias de letramentos desses educandos para descortinar aspectos significativos de suas vidas, bem como seus usos de linguagem no cotidiano e as razões que os levam a procurar a continuidade dos estudos na EJA. A motivação da pesquisa foi buscar compreender o que estava por trás da fala corrente de quase todos quando iniciam o curso: “Eu estou aqui para aprender a ler e escrever e ser alguém na vida”. A pesquisa está ancorada nos aportes teóricos e conceituais de Bakhtin (1992), nos estudos do letramento de Street (1984;2014), Kleiman (1995), Rojo (2009;2012), Souza (2011), bem como nos estudos sobre cultura, gênero e relações raciais de Hall (2002), Lino Gomes (2005), Souza e Croso (2007), e sobre EJA, Freire (1980;1996) e Arroyo (2014;2017), dentre outros. A pesquisa-ação (auto)etnográfica investiu na observação participante que permite imergir no cotidiano da escola, na sala de aula, nas vivências dos estudantes e da professora e, por conseguinte, refletir sobre o contexto em que eventos e práticas de letramentos estão situadas, bem como suas implicações cotidianas. A intervenção se deu por meio de oficinas pedagógicas e teve como foco a modalidade oral da língua entrelaçada pela escrita e leitura; buscou (des)construir o discurso inicial do outro introjetado na fala dos estudantes colocando sob suspeita a sua condição social de subalternidade. A pesquisa adotou o recorte etnicorracial, por se tratar de uma EJA negra e buscou-se trabalhar a lei 10639/03 para interpretar questões específicas da fala dos sujeitos em meio a produção das autobiografias e dos seus desabafos de (re)existência, a fim de (re)construir memórias pessoais e/ou coletivas que foram silenciadas ou socialmente apagadas. A análise dos dados revela que os alunos inicialmente replicavam uma fala social eurocêntrica, de dominação e inferiorização, ao condicionarem à escola a sua ascensão e aceitação sociais; entretanto, ao longo do processo de intervenção, houve uma (des)construção progressiva desse discurso colonialista para uma conscientização sobre o lugar social dos jovens e adultos como sujeitos de direito; permitindo reflexionar sobre como o uso da linguagem em um contexto interacional específico da sala de aula é capaz de agir na constituição identitária desses sujeitos, concorrer para descolonizar a escola e, humanizar a nossa EJA. |