O componente socio-pragmático nas aulas de espanhol como língua estrangeira: os diálogos em Mafalda como modelo de interação social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Souza, Cecilia Gabriela Aguirre
Orientador(a): Galeffi, Eugenia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28871
Resumo: Estudo sobre as produções de atos de fala diretivos em contextos de familiaridade e proximidade por aprendizes de espanhol, com o intuito de verificar como os operadores pragmalingüísticos transmitem significados pragmáticos na língua materna dos aprendizes e na língua alvo, com a finalidade de garantir o sucesso do ato comunicativo, uma vez que esses aprendizes não se encontram imersos na cultura da língua alvo, que, nesta pesquisa, é a língua espanhola. Para contribuir com o ensino de espanhol como língua estrangeira, especificamente, com a elaboração de material didático, aplicou-se ás elocuções produzidas por aprendizes de espanhol a metodologia da Análise de Erros de Corder (1967), classificando os erros segundo a análise qualitativa de Taylor (1986) e a análise quantitativa de Lennon (1991). Utilizou-se um método experimental de coleta de dados: um exercício de preenchimento de lacuna, elaborado com base em tiras de Mafalda, nas quais as personagens interagem em contextos formais e informais. O emprego das tiras se justifica pela análise dos alinhamentos das personagens, dos enquadres interativos e das pistas de contextualização, em cada situação interacional, fundamentando-se na Sociolingüística Interacional. Legitimou-se a língua falada por elas pela comparação com elocuções realizadas por falantes nativos, as quais também operam como referência na análise das elocuções produzidas pelos aprendizes. Focalizaram-se os atos de fala diretivos descritos por Searle (1979), diretos e indiretos, e classificaram-se as produções dos informantes segundo as formas descritas na Gramática comunicativa del español de Matte Bom (2000), para pedir ações e dar ordens, pedir objetos, expressar desejos, aconselhar, sugerir, recomendar, ameaçar e incitar à ação. Da comparação entre os corpora, conclui-se que há, nas duas línguas, os mesmos recursos para expressão de ordens, embora existam diferenças nos marcadores pragmalingüísticos que operam a nível socio-pragmático. Observou-se que os aprendizes tendem a empregar, em com textos familiares e informais, o presente do subjuntivo na formação do imperativo. Acredita-se que esse fato ocorre devido à transferência do presente do subjuntivo correspondente a você, pronome de tratamento mais difundido no Brasil, que denota tanto familiaridade como distância. Na língua espanhola, o presente do subjuntivo tem valor pragmalingüístico correspondente ao pronome de tratamento usted, de uso restrito a situações de formalidade e assimetria entre os interlocutores. Desse modo, os aprendizes devem tomar consciência dessas diferenças para garantir um ato comunicativo bem sucedido.