Megaprojetos inconcludentes e territórios conquistados: diferentes processos sociais de territorialização da comunidade quilombola de Cachoeira Porteira, Oriximiná, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Farias Junior, Emmanuel de Almeida
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8651348432983480
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Museu Amazônico
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5569
Resumo: Este trabalho aborda as estratégias de mobilização étnica adotadas por agentes sociais que se autodefinem como quilombolas diante de processos sociais e burocráticos referidos aos “atos de estado”. Os quilombolas de Cachoeira Porteira, município de Oriximiná, Pará, objetivam a chamada história oral a fim de explicitar elementos identitários reivindicados por eles mesmos como relacionados ao passado de fugas e ocupação do rio Trombetas. Com a implantação de megaprojetos na região e a intensa circulação de pessoas, bens e serviços foram reforçadas às fronteiras sociais, consolidando a reivindicação étnica. Os problemas abordados nesta tese concernem, em primeiro lugar, à elaboração de estratégias a partir da memória familiar tida como ponto de partida para a construção de uma “história coletiva”. Concernem a seguir à relação entre os quilombolas e indígenas, especialmente os Katxuyanas, tendo em vista que durante os processos de fuga foram firmadas distintas relações, por vezes conflituosas, por vezes pacíficas a partir de formas simples de cooperação. Concernem também à relação dos quilombolas com os recursos naturais, estes em alguns casos mediados por seres classificados pelos quilombolas como “encantados”, bem como as transformações no sistema de aviamento. Mais recentemente tem-se às relações sociais entre os quilombolas e os megaprojetos implantados sobre seus territórios e as modalidades de afirmação da identidade quilombola. Por fim a tese analisa a relação dos quilombolas com o estado e os respectivos processos de regularização fundiária, ou seja, os procedimentos para a regularização do território quilombola junto ao ITERPA e para a regularização a Terra Indígena junto à FUNAI e suas implicações.