Caracterização da resposta imune celular em pacientes com hepatite c crônica tratados com antivirais de ação direta
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6988 |
Resumo: | Introdução: A hepatite C é uma doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. A estimativa global da infecção atinge cerca de 3% da população mundial. Com a introdução dos Antivirais de Ação Direta (DAAs) surge uma nova era livre de interferon. Os DAAs apresentam excelente eficácia, podendo curar mais de >90% das pessoas com infecção por hepatite C. Contudo, a compreensão das interações entre o HCV e o hospedeiro nos intriga a buscar informações quanto à restauração imunológica pós-tratamento livre de interferon. Objetivo: Caracterizar a resposta imune celular, o perfil de citocinas e quimiocinas em pacientes com hepatite C crônica, tratados com DAAs. Material e Método: Foram coletadas amostras de sangue periférico de pacientes diagnosticados com Hepatite C crônica (HCV+), antes e após o tratamento e de candidatos à doação de sangue (CN). Foi realizada imunofenotipagem das subpopulações de células a resposta imune inata e adaptativa e quantificação das concentrações séricas das citocinas e quimiocinas plasmáticas por Citometria de Fluxo. Resultados: Foram coletadas 82 amostras de pacientes HCV+ atendidos pela Fundação FMT-HVD e 50 Candidatos a doadores de sangue oriundo da Fundação HEMOAM. A média de idade foi maior no grupo de pacientes em relação ao grupo controle (p<0.0001). Foi observado predomínio do sexo masculino no grupo controle e feminino nos pacientes HCV+. O genótipo do HCV predominante na população estudada foi o genótipo 1, seguido dos genótipos 3, 2 e 4 e apenas um paciente apresentou coinfecção pelos genótipos 1/2 do HCV. Observou-se que a maioria dos pacientes HCV+ apresentou fibrose <F2. Estes pacientes apresentaram níveis séricos elevados das transaminases ALT e AST. Enquanto que os níveis de plaquetas (p<0.0001) e leucócitos totais (p<0.0001) apresentaram-se diminuídos quando comparados ao grupo controle. Os pacientes tratados com DAAs apresentaram RVS >90% independentemente do genótipo. Os pacientes com hepatite C apresentaram os monócitos ativados circulantes diminuídos após o tratamento quando comparados com o grupo controle. Enquanto as células dendríticas plasmocitóides e mieloides, células NKT e TCD4+ apresentaram-se diminuídas antes do tratamento, estas populações encontram-se aumentadas no grupo de pacientes naives pós-tratamento quando comparados com controle e pacientes experimentados. Já os Linfócitos TCD8+ e Linfócitos B1 apresentaram-se reduzidos após o tratamento. As células NK, Linfócitos T regulatórios e Linfócitos B parecem não sofrer alterações importantes na população estudada. Além disso, pode-se observar que as citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-6, IL-10, IL-4 e IL-17A permaneceram aumentadas nos pacientes experimentados mesmo após o tratamento. As quimiocinas IL-8, MIG e IP-10 apresentaram-se aumentadas antes e após o tratamento tanto nos pacientes naives quanto os experimentados, quando comparados ao grupo controle. Conclusão: Ao final deste trabalho podemos concluir que o tratamento livre de interferon é bem tolerado e apresenta elevada taxa de resposta virológica sustentada, os genótipos do HCV circulantes no Amazonas são 1, 3, 2 e 4, o perfil celular acompanhado do perfil de citocinas e quimiocinas parecem não haver reversibilidade completa com 12 semanas após o término do tratamento, podendo estar relacionado com a presença de doença hepática instalada e o perfil de citocinas e quimiocinas podem prever biomarcadores putativos para o alcance da RVS, podendo fornecer subsídios para avaliações posteriores de estadiamento de doença hepática relacionada à hepatite C em pacientes tratados com DAAs. |