Análise do perfil de resposta inflamatória em pacientes com hepatite C crônica em tratamento com Antivirais de Ação Direta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Winckler, Fernanda Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204437
Resumo: O objetivo do estudo foi avaliar o perfil da resposta inflamatória de pacientes com hepatite C crônica cirróticos (F4) e não cirróticos (Fγ e ≤Fβ) durante o tratamento com Antivirais de Ação Direta (AADs). Os pacientes foram recrutados no Ambulatório de hepatites virais da disciplina de Gastroenterologia da UNESP-Botucatu. As amostras foram coletadas e analisadas em dois ou três períodos (Basal (TW0) e doze semanas após o término do tratamento (POS12) ou TW0, Fim de Tratamento (FT) e POS12). As análises das amostras foram realizadas por citometria de fluxo, por imunofenotipagem para contagem celular de Linfócitos T (LT), Natural killer (NK) e monócitos, método CBA (Cytometric Bead Array®) e Imunoensaio LEGENDplex™ para análise de quimiocinas e citocinas. As análises estatísticas foram realizadas usando os seguintes testes: análise de células por Mann-Whitney e Friedman seguida do teste de Dunn, citocinas e quimiocinas pelo teste não paramétrico de Wilcoxon, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. A população total recrutada foi de 189 pacientes, desses, 189 tiveram análise de quimiocinas e 188 análise de citocinas nos períodos TW0 e POS12, 102 análise de LT em TW0 e 36 pacientes cirróticos tiveram análise de células em TW0, FT e POS12. Quando comparamos os níveis de LT de TW0 entre os subgrupos ≤Fγ x F4 mostramos que há diferença significativa entre eles (CD4 p=0,01; CD8 p=0,02). Nossa análise comparando Linfócitos T (CD4 p=< 0.001; CD8 p=< 0.001) e NK totais (p=0,01) em pacientes cirróticos com Resposta Virológica Sustentada (RVS) entre períodos mostrou melhora nos níveis dessas células em POS12. A análise de quimiocinas mostrou que os níveis da maioria delas mudam significativamente em POS12 (IP10 p=0,000; MCP-1 p=0,001; RANTES p=0,000; IL8 p=0,000). Independente da resposta ao tratamento mostramos que o tratamento com AADs altera significativamente o perfil inflamatório dos pacientes, apesar de um número pequeno de não RVS (n=9 (4,9%)). No POS12 observamos que os níveis das citocinas eram mais elevados no grupo F4, ou seja, o tratamento propicia aumento nos níveis de algumas citocinas independentemente da fibrose, todavia, pacientes F4 tem uma resposta mais exacerbada nesse período. Quando comparamos os períodos TW0xPOS12 nos subgrupos ≤Fγ e F4, observamos que as citocinas IL10, ILβ, IL17 e TGF-����� não apresentaram mudanças significantes em F4 e apenas IP10 (p=0,000), MCP-1 (p=0,000), MIG (p=0,053), IL8 (p=0,000), TNF-α (p=0,056) e TGF-����� (p=0,049) mudaram significativamente em ≤Fγ. Todas as quimiocinas diminuíram os níveis em pacientes com RVS. Podemos concluir que o tratamento com AADs levaram a uma exacerbação na produção de linfócitos T e citocinas pró-inflamatórias em pacientes cirróticos com RVS podendo propiciar benefícios clínicos à essa população, no entanto, estudos complementares são recomendados para afirmar estes achados e identificar os benefícios a longo prazo.