Enfrentamento à violência contra as mulheres nas universidades federais brasileiras
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Serviço Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10128 |
Resumo: | A pesquisa teve como objetivo analisar o enfrentamento à violência contra as mulheres nas universidades federais brasileiras. Os objetivos específicos buscaram: discutir as determinações da relação histórica entre as mulheres e a universidade; apreender as particularidades e as principais expressões da violência contra as mulheres no contexto universitário brasileiro, a partir do levantamento e da análise da produção científica sobre a temática nos anos de 2006 a 2021; e, também, realizar um mapeamento analítico das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres promovidas pelas universidades federais brasileiras no período de 2006 a 2023, destacando as dimensões sexo/gênero, étnico-raciais e de classe. A pesquisa foi orientada pelo materialismo histórico-dialético, que forneceu as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, e pela abordagem feminista (antirracista e antipatriarcal). Para tal, foi realizado um estudo quati-qualitativo em duas etapas inter-relacionadas. A primeira etapa tratou-se da pesquisa teórica, ou seja, em uma sistematização da literatura que fundamentou as categorias adotadas neste estudo. A segunda etapa referiu-se à pesquisa documental, que consistiu na sistematização e na análise das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres pelas universidades federais brasileiras no período de 2006 a 2023. Entre os principais resultados que puderam ser verificados, o levantamento dos estudos científicos apontou essas instituições como espaços de reprodução de desigualdades e de opressões. As mulheres, para além do trabalho docente neste caso, são responsabilizadas pelo trabalho doméstico, pela organização do orçamento familiar e pelos cuidados e educação dos filhos e parentes. Por sua vez, para os homens, a família nunca foi empecilho na carreira. Verificou-se também que, profissionalmente, as mulheres ainda compõem, em sua maioria, áreas do saber caracterizadas como femininas nas universidades brasileiras. Em áreas como ciências exatas e engenharias, a sua presença é reduzida, principalmente tratando-se de mulheres negras. Estas ainda lutam diariamente contra o racismo e reivindicam a sua permanência, seja na formação de estudantes ou no trabalho docente. Mulheres trans também reivindicam cotidianamente pela sua inserção e sua permanência no ensino superior, bem como as mulheres com deficiência reclamam por um ambiente universitário livre de preconceitos, discriminação, exclusão e segregação. A pesquisa documental demonstrou que as políticas têm como foco principal o enfrentamento ao assédio, mas nem sempre levam em consideração que este tipo de violência imprime maior vulnerabilidade na vida das mulheres. Logo, poucas são as normativas voltadas exclusivamente para mulheres e/ou para as violências contra as mulheres, ademais, a grande maioria — em parte por serem recentemente aprovadas —, não possuem ações concretas que dão materialidade a essas políticas. |