Discursos encruzilhados: um estudo do pronunciamento de autoridades de Candomblé em suas relações discursivas sobre a pessoa Trans*
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10141 |
Resumo: | O debate sobre diversidade e identidade de gênero tem levantado questionamentos de cunhos variados. Neste caminho, esta pesquisa analisou como está construído o entendimento da pessoa transgênera (Trans*) dentro do discurso religioso do Candomblé, a partir do estudo do pronunciamento de autoridades dessa religião. Em uma abordagem qualitativa, a Análise de Discurso, na linha francesa, permitiu adentrar os sentidos que permearam o próprio discurso que junto a epistemologias decoloniais, compuseram o corpo teórico metodológico desta pesquisa. A partir da análise das formações ideológicas, foi possível compreender que os enunciados estão ancorados em sentidos, como: o discurso tradicionalista que é utilizado para justificar o apagamento das Trans*, no terreiro, por meio da falta de um histórico que ampare o lugar dessas pessoas dentro dos ritos religiosos como iniciadas; a separação das funções religiosas por sexo, que é por essência biologizante, ou diferenciada pela bio-lógica, junto ao uso de modalizadores para justificar a decisão de uma pessoa “escolher” ser Trans*. “A questão dos direitos adquiridos”, sejam eles dados por Olódùmarè (entidade da criação) a todos no Ayé (o mundo tangível), empregando a ideia de livre-arbítrio, ou por leis civis que asseguram esta liberdade para justificar o que ele considera ser uma opção. Assim, a transgeneridade, bem como a transexualidade são entendidas como uma “escolha” dentro desse discurso, além de serem consideradas fato da modernidade, sem um histórico que as conceda legitimidade. Por isso, mesmo o Candomblé sendo uma religião que acolhe, como diz o enunciador, a categoria de iniciadas, que configura vínculo efetivo com o terreiro, é apagada nesse discurso. |