Análise discursivo-crítica dos relatos de homens trans em práticas socioescolares de Viçosa-MG

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Ribeiro, Samuel de Sá
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Análise crítica do discurso; Pessoas transgênero - Identidade; Escolas; Lingüística
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28315

Esta pesquisa discursiva-etnográfica-crítica e transformacional objetivou analisar os relatos de si produzidos por quatro homens trans estudantes do ensino médio de duas escolas públicas estaduais da cidade de Viçosa-MG. Também foi do nosso interesse investigar os discursos produzidos por profissionais da educação, analisando as representações e as identificações que produziram acerca dos conhecimentos acerca de gêneros sociais, de sexualidades e da transgeneridade. Para gerar os relatos dos estudantes colaboradores deste estudo, realizamos entrevistas individuais semiestruturadas. Já para obter os discursos de professores/as, supervisoras e diretora, também colaboradores/as, utilizamos diálogos em grupos focais (BACKES et al., 2011; DUARTE, 2002). Como base teórica e metodológica, operacionalizamos com categorias linguístico-discursivas da Análise do Discurso Textualmente Orientada (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2001 [1992]); FAIRCLOUGH, 2003), considerando, também, o Sistema de Avaliatividade (WHITE, 2004). Nas explanações críticas, articulamos nossos dados linguísticos aos Estudos de Gênero (BUTLER, 2003, 2015, 2016, 2017; BENTO, 2017; CONNELL, 2016; LOURO, 2000, 2012, 2014; MISKOLCI, 2014; PRECIADO, 2017; PONTES; SILVA, 2017) e aos estudos específicos acerca das Masculinidades Plurais (ALMEIDA, 2012; ÁVILA, 2014; CONNELL; MESSERSCHMIDT, 2013; NERY, 2014). As análises dos relatos foram organizadas por temas e nos evidenciaram avaliações positivas e negativas da vida escolar. Percebemos, então, não só a insegurança das vidas transmasculinas em cenas de interpelações de violências simbólicas e físicas produzidas nas relações sociais estabelecidas entre os estudantes, colegas da escola, membros familiares e equipe de profissionais da educação, mas, também, identificamos acolhimento no espaço escolar. Os efeitos da rearticulação das ordens discursivas religiosa, conservadora e pró-escola sem partido foram analisados. Por fim, discutimos o modo como os estudantes trans experienciaram materialmente a vida escolar. Assim, avançando na perspectiva do raciocínio dialético faircloughiano, de modo enagajado em ações que incentivem mudanças sociais, oferecemos um minicurso de formação continuada sobre os temas gêneros e sexualidades para professores/as das duas escolas, onde realizamos nossa pesquisa discursiva- etnográfica, com o intuito de potencializar práticas emancipatórias e acolhedoras das diferenças nessas instituições de ensino (FAIRCLOUGH, 2019). Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica. Homens trans. Escola.