Distribuição de aves de sub-bosque em zonas ripárias e não ripárias em uma floresta urbana na Amazônia Central
Ano de defesa: | 2015 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5105 |
Resumo: | A descrição de padrões de distribuição de espécies e os mecanismos que os geram são essenciais para entender as relações entre os organismos e os gradientes ambientais. Zonas ripárias se distinguem de zonas-não ripárias pela topografia, regimes hidrológicos, tipos de solo e comunidades de plantas e animais. Em florestas primárias na Amazônia central existem assembleias de aves diferenciadas entre as zonas riparias e não ripárias. No entanto, efeitos negativos como os produzidos por perturbações antrópicas interferem diretamente sobre a riqueza e abundância de aves em florestas, principalmente através de mudanças em alguns componentes da vegetação, afetando a disponibilidade de recursos alimentares e as condições microclimáticas. Um padrão frequentemente observado em zonas com influência urbana é a homogenização das comunidades resultando em uma comunidade composta por espécies principalmente generalistas após a extinção das espécies especialistas. Assim, é importante conhecer se em uma floresta com forte influência da urbanização as assembleias de espécies de aves respondem à variação ambiental gerada pela proximidade de igarapés como observado em florestas não-perturbadas e se o efeito de borda gerado pelo processo de urbanização afeta negativamente a distribuição dessas aves localmente. Este estudo foi realizado em uma floresta urbana de aproximadamente 600 hectares na cidade de Manaus (AM) na qual se encontra o campus da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. A floresta que compreende o campus universitário é circundada por bairros residenciais, avenidas e áreas urbanas de diferentes usos. Para caracterizar a avifauna de sub-bosque nas zonas ripárias e não-ripárias utilizamos a técnica de captura-recaptura com o uso de redes de neblina. Selecionamos 20 sítios de amostragem, sendo 10 sítios ripários e 10 sítios não ripários. Em cada sítio utilizamos uma linha de rede (120m) ativadas durante dois dias consecutivos das 06:30h às 11:30h no período de julho a novembro de 2013. Identificamos, medimos, pesamos e anilhamos todas as aves capturadas, exceto beija-flores. No total, capturamos 27 espécies de 12 famílias com um total de 118 indivíduos dos quais 9,3% foram recapturas. A abundância foi similar nos sítios ripários e não ripários (T = -0.17, df = 9, p = 0,86) assim como riqueza também não variou entre sítios ripários e não ripários (T = -0.2641, df = 9, p = 0,79). Também verificamos que a composição quantitativa da assembleia de aves não se diferenciou nas zonas ripárias e não ripárias. Contudo, quando incluímos o efeito da distância à borda nos modelos os resultados mostrarem um padrão diferente. O melhor modelo para explicar a variação da biomassa de aves, foi aquele que considerou uma interação entre o efeito da distância à borda como o efeito do ambiente (ripário ou não ripário) (AICw = 0,716). Assim, de acordo com este modelo observamos uma relação positiva entre a biomassa de aves e a distância à borda nas áreas ripárias sendo que o padrão inverso foi observado para as áreas não riparias. Com relação a similaridade entre as áreas ripárias e não ripárias, observamos um padrão de aumento da similaridade entre pares de sítios ripários e não ripários com a diminuição da distância a borda, ou seja, aqueles pares de sítios que estão mais próximos a borda são mais similares entre si do que os sítios que estão no interior da floresta. Concluímos que o efeito de borda gerado pela influencia negativa da matriz urbana para o interior da floresta é o fator determinante no aumento da similaridade entre as zonas ripárias e não ripárias, acarretando assim ao processo de homogenização de comunidades. |