Conectando biogeografia histórica e assembleias locais de aves de sub-bosque na Amazônia: áreas de endemismo, diversidade de espécies e proporcionalidade de guildas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Braga, Pilar
Orientador(a): Baccaro, Fabricio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12059
http://lattes.cnpq.br/9361755071629636
Resumo: Os padrões de diversidade das comunidades biológicas são um reflexo de eventos históricos e contemporâneos que ocorrem em diferentes escalas espaciais. Na Amazônia, há um consenso de que processos históricos relacionados ao estabelecimento da drenagem e das florestas de terra firme desencadearam eventos de vicariância, especiação e dispersão, determinando o pool regional de espécies. Adicionalmente, fatores ecológicos locais como a disponibilidade de recursos e as interações entre as espécies são importantes na manutenção dos padrões estabelecidos historicamente. As áreas de endemismo (AE) são unidades de interpretação da biogeografia histórica e investigar as assembleias nestas áreas pode aperfeiçoar nosso conhecimento sobre a interação dos eventos históricos com a diversidade local. Nós investigamos os padrões de diversidade, composição e estruturação das assembleias de aves de sub-bosque de florestas de terra firme em sete áreas de endemismo da Amazônia, usando dados de capturas de aves com redes de neblina, cedidos por diversos pesquisadores. Nosso trabalho buscou compreender se o efeito histórico que resultou na delimitação das áreas de endemismo pode ser extrapolado para toda assembleia de aves, além das espécies endêmicas, atuando nos padrões atuais de diversidade e composição de espécies. Averiguamos quais as guildas predominantes em cada AE e se há uma substituição das guildas entre as AE. Também testamos se existe proporcionalidade de guildas em cada área de endemismo. Os padrões de diversidade e composição de espécies foi distinto entre as sete AE estudadas, tanto na riqueza e composição intrínseca das assembleias considerando todas as espécies estudadas, como nas abundâncias relativas das espécies amplamente distribuídas na Amazônia. A guilda dos insetívoros foi predominante em todas as áreas e a proporção de espécies e indivíduos nas guildas permanece constante entre as áreas de endemismo. Há uma prevalência de alpha guildas (proporcionalidade de guildas) em quase todas as áreas investigadas. A substituição de espécies entre as áreas de endemismo não ocorre de forma aleatória e mantém as mesmas funções ecológicas das espécies, indicando uma certa homogeneidade na disponibilidade de recursos das florestas de terra firme. A prevalência de alpha guildas indica que a competição interespecífica é um forte fator estruturante das assembleias locais, provavelmente em um processo de limitação de similaridade no tamanho corporal das espécies. A congruência entre a estruturação das assembleias de aves de sub-bosque e as áreas de endemismo demonstram o quanto processos históricos e evolutivos que atuam em larga escala, em conjunto com processos ecológicos locais, conduzem aos padrões atuais de diversidade e composição de espécies na Amazônia.