A coloração corporal em Apistogramma agassizii (Cichliformes: Cichlidae) é influenciada pelos tipos de água da Amazônia?
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Zoologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8377 |
Resumo: | A seleção natural aprimora os sistemas sensoriais, permitindo aos organismos obterem e interpretarem os sinais de modo mais claro, o que depende fortemente das características do ambiente. Informações obtidas por meio de pistas visuais, por exemplo, são frequentemente usadas para detectar predadores e durante interações sociais. A coloração corporal dos animais é utilizada para transmitir informação no processo de comunicação visual, mas a qualidade da sinalização depende das características luminosas do ambiente. Dessa forma, a cor prevalente no ambiente pode afetar a evolução da coloração dos indivíduos, como sugerido pela hipótese da Deriva Sensorial (sensory drive) e já relatado para diversos grupos de organismos em diferentes tipos de habitats. Os riachos de terra-firme da Amazônia abrigam uma grande diversidade de peixes de água doce e suas águas podem ser classificadas em dois tipos principais de acordo com viés de comprimento de onda: águas pretas, que são enviesadas ao vermelho e amarelo, e águas claras, que não possuem claro viés. Investigamos se há existência de diferença na coloração corpórea de duas populações do ciclídeo anão Apistogramma agassizii que habitam igarapés de bacias de diferentes tipos águas. Segundo a hipótese de Deriva Sensorial, pode-se esperar que indivíduos oriundos de águas pretas apresentem maior intensidade de coloração vermelha em relação a indivíduos provenientes de águas claras, tendo em vista a predominância de viés em direção ao vermelho nos comprimentos de onda de águas pretas. Comparamos indivíduos das duas populações utilizando medidas morfométricas para controlar os potenciais efeitos de diferenças morfológicas e de coloração em quatro regiões do corpo: nadadeira caudal, nadadeira anal, abaixo da dorsal e lateral do abdome. As duas populações apresentaram diferenças na intensidade da coloração corpórea na direção esperada pela Deriva Sensorial, apoiando a hipótese de que as variações das características da coloração estão associadas aos diferentes tipos de ambientes de iluminação da região em que ocorrem naturalmente. Este resultado contrasta com a ausência de diferenças em características na forma do corpo, e corrobora a hipótese da evolução da coloração corporal como decorrente de condições de iluminação do habitat, como descrita pela hipótese da Deriva Sensorial. |