Perfil antioxidante, anti-inflamatório e aplicação cosmética das cascas do caule da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.K.B)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Márcia de Jesus Amazonas da
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/1997499908170399, https://orcid.org/0000-0001-9311-3159
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Inovação Farmacêutica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9309
Resumo: A Amazônia é considerada um importante celeiro para a produção de matérias-primas de origem natural. Isso se justifica pela enorme biodiversidade da flora a ser explorada no campo da saúde e da alimentação, por exemplo. Inúmeras pesquisas têm sido realizadas a fim de identificar novas fontes naturais de compostos bioativos como alternativa na aplicabilidade de novos produtos para saúde. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi avaliar o perfil antioxidante, anti-inflamatório e aplicação cosmética (anti-envelhecimento) das cascas do caule de Bertholletia excelsa, popularmente conhecida como castanha-do-brasil, aqui denominada BEC. Foram realizados ensaios para identificação dos fitoconstituintes do extrato hidroetanólico, testes para avaliação da capacidade antioxidativa, estudos envolvendo o painel anti-inflamatório, avaliação da expressão gênica, identificação do potencial cosmético, avaliação toxicológica e genotoxicidade do extrato. Foram identificados doze compostos fitoquímicos em BEC, onde os derivados elagitaninos e ácido gálico foram majoritários. Nos ensaios de DPPH•, ABTS•+, XO• e ânion superóxido BEC apresentou capacidade antioxidante, assim como citoprotetora em macrófagos (J774) pela diminuição intracelular da produção de ROS. BEC inibiu a produção de óxido nítrico em célula estimulado por LPS. In vivo no ensaio da peritonite, o extrato foi eficaz em impedir a migração de leucócitos da cavidade peritoneal de camundongos e não apresentou toxicidade em nematódeo de Caenorhabditis elegans. BEC aumentou a expressão de genes antioxidantes HMOX-1 seguido pela inibição da síntese do NO• induzível. Quanto as enzimas da matriz extracelular da pele, o extrato promoveu efeito anti-elastase quando comparado ao controle. Inibiu a glicação pelas vias oxidativa/não-oxidativa e estimulou a proliferação de fibroblastos em diferentes tempos de tratamento. Promoveu a cicatrização celular no teste de arranhadura em monocamada de células, além de estimular a produção de colágeno por fibroblasto. Não apresentou toxicidade em fibroblastos (MRC-5) e queratinócitos (HACAT), todavia somente na menor concentração, BEC não foi genotóxica em célula MRC5. Este estudo foi de vital importância, pois é pioneiro no uso da casca da árvore de B.excelsa em relação as aplicações estudadas. Assim, constatada a rica composição de bioativos e seus excelentes resultados experimentais, o extrato pode ser considerado uma alternativa como um possível fitoterápico/fitocosmético ou produto para a saúde. O extrato das cascas de B. excelsa pode ser explorado como um produto biotecnológico na terapêutica de algumas doenças ou até mesmo utilizado na indústria cosmética ou farmacêutica, gerando benefícios econômicos para a Amazônia.