Como a participação do extrativista e o uso do GPS podem contribuir para o manejo da castanha {Bertholletia excelsa)?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Maroccolo, Julianna Fernandes
Orientador(a): Sampaio, Paulo de Tarso Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4948
http://lattes.cnpq.br/9110654402866475
Resumo: O extrativismo de castanha (Bertholletia excelsa), além de ser uma atividade tradicional dos povos amazônicos, que gera renda e contribui para a conservação da floresta, é a principal forma de aquisição desse alimento de grande importância local, regional e até mesmo internacional. No entanto, o funcionamento do sistema extrativista num marco da sustentabilidade está determinado em grande parte pelo conhecimento ecológico dos extrativistas sobre a distribuição espacial, produtividade e suas formas de exploração e manejo. Assim, tanto os mapeamentos e inventários como a participação dos extrativistas nas diversas etapas da cadeia de valor da castanha se tomam essenciais para o manejo desta espécie. Diante das inovações tecnológicas e da necessidade de serem estabelecidas diretrizes técnicas para o manejo desta espécie, este trabalho buscou identificar quais contribuições podem ser adquiridas a partir do uso de GPS e da participação do extrativista, seja ele como indivíduo ou organização. Para tanto, este trabalho foi estruturado em quatro objetivos: 1- mapear a produção de castanha em diferentes escalas espaciais; 2 - avaliar variáveis que possam estar interferindo na variação da produção de frutos das árvores de B. excelsa\ 3 — analisar a estmtura demográfica desta espécie em quatro castanhais com diferentes históricos de uso recente; e 4 — elaborar trilhas para coleta de castanha. Todo o trabalho foi desenvolvido no município de Manicoré - AM, especialmente em castanhais das comunidades agroextrativistas Jatuarana e Boa Esperança, ambas localizadas na RDS Rio Amapá. Os dados do mapeamento da produção de castanha foram coletados a partir de registros da Cooperativa Verde de Manicoré (COVEMA), registros do paioleiro e mapeamento das árvores de B. excelsa, em que foram registrados basicamente o DAP, a localização e produção histórica das árvores. Essas informações foram essenciais para planejar o censo de todas as árvores de B. excelsa com DAP > 10 cm nesses castanhais, avaliar variáveis que podem estar interferindo na produção das árvores nos dois castanhais de Jatuarana e elaborar trilhas de coleta nos castanhais de Boa Esperança. Toda a metodologia foi adaptada do Modelo Digital de Exploração Florestal (MODEFLORA) e para isso foi imprescindível a participação dos extrativistas e o uso de aparelhos de GPS. A análise dos dados foi basicamente descritiva, sendo que para compreender a variação da produção das árvores foi utilizado o teste estatístico Qui-quadrado e regressão linear múltipla. Os resultados nos indicam que esse tipo de trabalho é possível de ser feito junto com os extrativistas e que as informações geradas podem contribuir para as discussões e pesquisas atuais sobre manejo de castanha e da espécie B. excelsa, bem como para uma melhor gestão do território e da cooperativa. Além de disso, ao integrar os extrativistas, faz com que eles e suas famílias, especialmente os jovens, passem a ter outro olhar sobre a floresta e sobre suas atividades, promovendo maior valorização do seu conhecimento e de seu trabalho.