Vivências subjetivas no trabalho de cuidadores sociais na cidade de Manaus-AM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Menezes, Tamara
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5079155938152415
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6451
Resumo: O trabalho de cuidar envolve diferentes dimensões e perpassa por instituições e seus processos de institucionalização. A Psicodinâmica do Trabalho – PDT trata da dimensão subjetiva do trabalhar. O trabalho do/a cuidador/a social possui implicações de relações sociais de classe, raça, etnia, idade, gênero. A subjetividade é instituída socialmente e refere-se ao que é único, pessoal e legítimo de cada sujeito. O trabalho possui uma função na constituição do trabalhador enquanto sujeito, sendo central na vida humana e produtor de identidade no mundo. A presente pesquisa propôs o estudo das vivências subjetivas no trabalho de cuidadores sociais de uma instituição de acolhimento que atende crianças em situação de vulnerabilidade social na cidade de Manaus-AM, com vistas à promoção de saúde destes trabalhadores (objetivo geral). Trata-se de uma pesquisa-ação, de natureza qualitativa. O método utilizado foi a Clínica do Trabalho, proposta por Christophe Dejours, contexto no qual se privilegia o espaço da fala e os discursos construídos no coletivo. Partiu-se inicialmente das categorias de análise propostas pela PDT, com a análise da organização do trabalho, identificando as estratégias individuais e coletivas de defesa e de enfrentamento, o trabalho prescrito e o trabalho real, as vivências subjetivas de prazer e sofrimento no trabalho, buscando posteriormente compreender as relações socioprofissionais estabelecidas e suas implicações na construção de identidade deste coletivo de trabalho. Relativo aos resultados, a fala dos cuidadores traz as condições precárias de trabalho como agravantes do sofrimento no trabalho, sinalizadas pela falta de autonomia em suas atividades. A pesquisa permitiu que o coletivo de cuidadores sociais refletisse sobre a organização do trabalho, através do discurso construído coletivamente no contexto da clínica do trabalho. Na ação do trabalhar do cuidador social, há o engajamento da subjetividade em sua totalidade. Nesse sentido, é possível dizer que o trabalho do cuidador social consiste em uma proteção da subjetividade com relação ao mundo, haja vista a constituição de sua identidade estar relacionada ao seu saber-fazer. As estratégias de defesa são observadas nas dimensões individual e coletiva, com a negação, a racionalização e a ideologia de produção de maus-tratos. As estratégias de enfrentamento são sinalizadas no coletivo, com o uso da inteligência prática e da cooperação. O sentido do trabalho de cuidar está ancorado nas vivências subjetivas, e se configura por meio do reconhecimento, sinalizado como principal fonte de prazer no trabalho de cuidar. O estudo aponta para a importância no aprofundamento das questões teórico-metodológicas da PDT e contribui para a expansão desta abordagem de pesquisa em psicologia. Essa pesquisa contribuiu na ampliação do olhar para as possibilidades de delinear um caminho na (re)significação do(s) sentido(s) do trabalho de cuidar, promovendo um espaço de escuta qualificada e auxiliando os cuidadores na mobilização subjetiva frente às situações que agravam o sofrimento no trabalho.